Guto Ferreira manteve o time que não bateu o Criciúma, mas teve bons momentos naquela partida, sábado. E o Inter venceu. Fora de casa, uma rotina na segunda divisão colorada. A vitória sobre o Ceará por 2 a 0 alivia o ambiente vermelho. E mostra que o time é mais leve quando não joga no Beira-Rio.
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A repetição do time é um ativo interessante para Guto Ferreira. Mesmo com o tropeço diante do Criciúma na rodada anterior, o treinador dá sinais de ter encontrado a formação ideal. Ou, ao menos, demonstra convicção. Repetiu, por exemplo, nomes que sucumbiram no último sábado, como Uendel, mais uma vez de fraca atuação ontem, Edenílson e Nico López, estes com boa participação. Também manteve Cláudio Winck na lateral direita, a melhor opção, ainda que ele se comporte mais como meia do que como lateral. Com Winck, Guto também ganha reforço na bola aérea defensiva.
Aliás, este segue sendo um problema do Inter. Apesar da boa vantagem de 2 a 0 no primeiro tempo, que só não foi ampliada por falta de capricho de Pottker, o Inter foi ameaçado duas vezes em lances pelo alto. O time colorado continua facilitando a conclusão de cabeça ao adversário. A superioridade vermelha ficou escancarada no primeiro tempo. Os gols? O primeiro consequência da esperteza de Winck e Edenilson em rápida cobrança de lateral; o segundo na insistência e qualidade de um preciso chute de Nico López.
O Inter não quis criar mais nada no segundo tempo. A vantagem de dois gols tornou-o burocrático em campo. Tentou apenas fazer o tempo passar. Chegou a sofrer uma pressão estéril do Ceará. Guto acertou nas substituições, quando retirou D’Alessandro e Nico, já cansados, e colocou Juan e Diego. Mas o time continuou apenas a tocar a bola. Como o adversário se jogou ao ataque de forma atabalhoada, o Inter ainda teve duas chances claras para ampliar. Primeiro com Winck, depois com Diego, ambas desperdiçadas nas mãos do goleiro Éverson. A vitória por 2 a 0 foi consequência de uma boa atuação colorada. E evidência a boa campanha longe de Porto Alegre.
Está evidente que o Inter tem dificuldades quando joga em casa. Isso também é consequência da necessidade de atacar. O Inter já perdeu pontos no Beira-Rio por ter sido ineficaz para furar retrancas. Mas, às vezes, cria várias oportunidades e desperdiça.
Este é o ponto. O time colorado joga tenso e pressionado no Beira-Rio. Os jogadores, acuados, pouco arriscam a vitória pessoal. Temem o erro. Pode ser consequência do rendimento do ano passado, que resultou no rebaixamento. Ou da necessidade de subir de divisão. Talvez seja hora de a direção estudar o regulamento e jogar algumas partidas no interior, em Caxias ou Erechim, ou, até mesmo, em Novo Hamburgo. Pelo menos até encontrar uma posição a sua altura, mais confortável na tabela de classificação.