Enquanto milhões de usuários buscam sua próxima aventura no Steam, a Valve e os desenvolvedores vêm tecendo uma mudança silenciosa, porém revolucionária: a IA generativa. Sem alarde ou alarde, essa tecnologia já impulsiona tudo, desde a criação de personagens até a lógica de jogo, em quase um quinto dos títulos publicados.
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Transparência ao Estilo da Valve
Para evitar surpresas, a Valve exige que cada desenvolvedor declare claramente o papel da IA generativa em sua criação: de texturas e modelos 3D a diálogos de NPCs e sistemas de combate.
Dessa forma, os jogadores podem ver rapidamente se um título utiliza algoritmos para esculpir paisagens, compor músicas, escrever a história ou até mesmo codificar parte da mecânica.
Essa política, além de garantir a informação do usuário, alimenta um debate sobre a criatividade digital e os limites éticos do desenvolvimento de videogames.
Os números que explicam a invasão da IA
O Steam possui mais de 140.000 jogos e cerca de 60.000 pacotes de conteúdo para download, um universo de quase 200.000 ativos digitais. De acordo com os dados mais recentes do SteamDB, quase 9.000 desses lançamentos incorporam alguma forma de IA generativa.
Antes de 2023, havia apenas quatrocentos títulos com esse selo; no entanto, entre 2024 e 2025, mais de 5.500 jogos foram adicionados usando IA em seu processo criativo, e outros 2.000 estão planejados para o restante deste ano e início de 2026.
Até agora em 2025 (em 17 de julho), houve quase 3.000 lançamentos com IA, o equivalente a uma média de 14 lançamentos por dia.
Se analisarmos apenas os jogos novos (excluindo DLC), dos mais de 12.000 títulos publicados este ano, mais de 2.400 admitem ter usado IA em algum aspecto, ou seja, cerca de 12 jogos por dia.
Exemplos de IA que são sentidas... ou não
Há títulos como inZOI, onde a tecnologia NVIDIA ACE dá aos personagens não jogáveis reações naturais e diálogos mais fluidos. Em Liar’s Bar, paisagens sonoras e vozes são geradas por algoritmos que adaptam a atmosfera em tempo real.
Até jogos como My Summer Car usam IA para pintar quadros na casa do protagonista, proporcionando variedade estética sem esforço manual.
Por que essa mania por IA?
Duas razões principais explicam o boom: por um lado, as ferramentas de geração de imagem, voz e texto tornaram-se acessíveis e acessíveis; por outro, a competição acirrada está forçando os estúdios a otimizar tempo e custos, e a IA está entregando conteúdo de qualidade mais rapidamente.
No entanto, essa corrida também levanta preocupações sobre a originalidade dos mundos virtuais, a proteção de direitos autorais e o risco de muitos jogos acabarem se parecendo demais uns com os outros.
O que o futuro reserva?
Se a tendência continuar, a maioria dos lançamentos em breve integrará a IA em pelo menos um aspecto.
A Valve pode refinar suas diretrizes para monitorar a rotulagem mais de perto, enquanto os desenvolvedores explorarão novas fronteiras: geração infinita de níveis, histórias que se adaptam a cada jogador ou assistentes automatizados de depuração de código.
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Na próxima vez que você adicionar um jogo à sua lista de desejos, poderá descobrir que cada textura, cada nota da trilha sonora e cada linha de diálogo tem a assinatura invisível de um algoritmo.
E embora o experimento esteja apenas começando, a verdade é que a aliança entre jogadores e IA promete mudar para sempre a maneira como criamos e apreciamos videogames.

