Ciência e Tecnologia

Como o uso excessivo da internet afeta a saúde mental dos adolescentes?

O impacto da tecnologia na vida cotidiana é inegável e sua influência nas novas gerações apresenta desafios significativos para pais e educadores

El único espacio claro de desconexión del smarphone obligatorio son las clases.
OMS O único espaço claro de desconexão do smartphone obrigatório são as aulas (Daria Nepriakhina - Unsplash)

Um recente relatório da Save the Children, intitulado “Direitos sem conexão”, revela dados preocupantes sobre o uso da Internet e redes sociais entre adolescentes, e a forma como os pais tentam regular essa atividade.

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A Save the Children destaca que 23% das famílias seguem seus filhos nas redes sociais para monitorar suas atividades, enquanto 37% das crianças sabem como evitar os aplicativos de controle parental.

Entre as estratégias mais comuns para limitar o uso da internet, 38% dos pais explicam os riscos existentes aos seus filhos, 30% estabelecem um limite de horas de conexão e 25% os ajudam a lidar com possíveis riscos. Apesar desses esforços, a eficácia dessas medidas é questionável.

A exposição prolongada à tecnologia é prejudicial?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda zero uso de telas até os dois anos, menos de uma hora por dia entre três e cinco anos, e menos de duas horas por dia a partir dos cinco anos.

E embora seja compreensível que o número de horas aumente na adolescência, o relatório revela que quase 58% dos adolescentes usam a Internet de forma habitual desde os 11 anos, e quase um em cada três o fazia antes de completar 10 anos.

Enquanto 12% dos adolescentes de 14 anos se conectam por mais de quatro horas por dia, essa cifra sobe para 21% entre os de 16 anos.

Aqueles que começaram a usar a Internet antes dos 10 anos são mais propensos a um uso intensivo posterior, com 25% desses adolescentes conectando-se por mais de quatro horas diárias.

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Qual é o impacto das telas no bem-estar dos adolescentes?

A OMS é clara: as crianças que passam mais de quatro horas por dia online apresentam taxas mais altas de incapacidade para superar dificuldades, visão negativa da sua situação pessoal e dificuldade em lidar com problemas pessoais.

Além disso, 30,9% dos menores que passam mais de quatro horas por dia conectados relatam sentir que as dificuldades se acumulam tanto que não conseguem superá-las (quase o dobro daqueles que passam menos tempo online).

Riscos que os adolescentes enfrentam online

O estudo da OMS evidencia que 36% dos entrevistados entram em contato com estranhos pela Internet, e 23% diz que levaria essa conexão virtual para um encontro físico. Esses números refletem diferenças de gênero, sendo mais comuns entre os meninos (27,4%) do que entre as meninas (17,3%).

Além disso, 33% dos adolescentes não acredita que enviar fotos de caráter sexual sem permissão seja um crime ou não tem certeza se deveria ser.

Quais são as redes sociais mais usadas?

91% dos jovens relataram que a rede social mais utilizada é o Whatsapp, seguido pelo Instagram (79,2%) e TikTok (74,4%).

Sobre a "não conexão", a maioria afirma que acontece porque não conseguem se conectar e não porque decidem se desconectar.

"O único momento claro de desconexão do celular obrigatório são as aulas; no entanto, os adolescentes relataram como ainda conseguem se conectar em algumas ocasiões e dizem ter assistido séries durante suas horas de aula", destaca o trabalho.

De acordo com os especialistas, isso pode ter um alto impacto negativo em seu estado emocional.

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