Uma disputa judicial incomum nos Estados Unidos chamou atenção após um médico entrar com uma ação exigindo a devolução de um rim que doou para sua ex-esposa. Richard Batista, residente de Long Island, realizou a doação para salvar a vida da então companheira, Dominic Barbara, mas, anos depois, ao enfrentar o divórcio, solicitou o órgão de volta ou uma compensação financeira de 1,5 milhão de dólares.
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O casal estava junto desde 1990, e em 2001, diante da necessidade de um transplante, o médico decidiu doar um de seus rins para a esposa, que já havia passado por dois procedimentos malsucedidos.
Ele declarou que seu objetivo era não apenas preservar a vida dela, mas também fortalecer o casamento. No entanto, após a recuperação, ela decidiu encerrar o relacionamento e iniciou um novo vínculo com seu fisioterapeuta, o que gerou uma batalha judicial.
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Justiça rejeita pedido e define que órgão não pode ser negociado
Ainda de acordo com O Globo, a ação movida pelo médico alegava que a separação foi motivada por uma traição e que a doação deveria ser considerada no processo de divisão de bens. Contudo, a Suprema Corte do Condado de Nassau negou o pedido, declarando que um órgão doado não pode ser tratado como um bem material em um acordo de divórcio.
O especialista em ética médica Robert Veatch, do Instituto Kennedy de Ética da Universidade de Georgetown, reforçou a decisão judicial ao afirmar que trocar um órgão por qualquer valor é ilegal e que, após o transplante, o rim passou a pertencer à receptora. Caso fosse retirado, a ex-esposa precisaria de diálise ou poderia perder a vida.
Diante da negativa da Justiça, o médico expressou sua frustração, dizendo que a suposta infidelidade da ex-companheira causou um vazio irreparável. Já o fisioterapeuta envolvido negou qualquer envolvimento amoroso e afirmou que o ex-marido da paciente apresentava comportamentos agressivos.