Nos últimos anos, cientistas têm intensificado as pesquisas sobre cães e gatos, revelando informações surpreendentes sobre esses animais de estimação que compartilham nossas vidas. Até algumas décadas atrás, estudar a cognição de pets era considerado de pouca relevância, mas essa visão mudou drasticamente. Hoje, projetos de sequenciamento genômico e estudos comportamentais estão em pleno vapor, proporcionando novos conhecimentos sobre nossos amigos de quatro patas.
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Avanços no sequenciamento genômico
Em 2004, o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos anunciou o sequenciamento completo do genoma de um cão pela primeira vez, uma boxer chamada Tasha. Esse marco abriu portas para inúmeras pesquisas, e desde então, milhares de cães, de várias raças e até mesmo vira-latas, tiveram seus genomas sequenciados. Esses estudos têm revelado as bases genéticas de características como a pelagem e a predisposição para certas doenças. Projetos como o Dog Aging Project, que monitora a saúde e longevidade de quase 50 mil cães, e “Os Cães de Darwin”, que já sequenciou o genoma de quatro mil cães, são exemplos dessa revolução científica.
Pesquisas comportamentais e cognitivas
Além do genoma, a cognição e o comportamento canino também têm sido foco de estudo. Cientistas descobriram que cães possuem habilidades sociais sofisticadas, como interpretar gestos humanos e seguir comandos. Essas descobertas sugerem que os cães são altamente sintonizados com os sinais humanos, embora, às vezes, possamos projetar neles nossas próprias emoções. Pesquisas mostraram, por exemplo, que o “olhar culpado” de um cão pode ser uma reação a uma bronca, e não necessariamente um sinal de arrependimento.
O estudo dos gatos também está ganhando espaço. Tradicionalmente vistos como mais independentes, os gatos têm demonstrado habilidades sociais inesperadas, como captar emoções humanas e seguir olhares. Estudos estão começando a explorar como essas habilidades se desenvolvem e o impacto da socialização precoce.
Impactos na medicina humana e veterinária
Essas pesquisas não beneficiam apenas os animais, mas também têm implicações importantes para a medicina humana. Cães e gatos compartilham muitos dos nossos genes e doenças, tornando-os modelos valiosos para estudar condições como câncer e diabetes. Além disso, entender como fatores ambientais e de estilo de vida afetam a saúde dos pets pode fornecer esclarecimentos sobre nossa própria saúde.
A ciência cidadã tem desempenhado um papel crucial, com donos de animais de estimação contribuindo com dados e amostras para pesquisas. A paixão e o compromisso desses donos têm sido fundamentais para o sucesso de projetos como o Golden Retriever Lifetime Study, que investiga fatores de risco genéticos e ambientais para o câncer.
Fontes: The New York Times Company/ R7
