Especialistas em Odontologia destacam a relevância de manter os dentes e gengivas saudáveis, especialmente diante de pesquisas que indicam uma associação entre má higiene bucal e demência.
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Chia-Shu Lin, professor de Odontologia na Universidade Nacional Yang Ming Chiao Tung, em Taiwan, enfatiza a correlação entre saúde bucal e habilidades cognitivas.
Lin e sua equipe analisaram 28 revisões sistemáticas sobre a associação entre saúde bucal e disfunção cognitiva, pedindo pesquisas adicionais para esclarecer a relação causa-efeito.
Lin explica que, em casos de demência, os pacientes enfrentam dificuldades na capacidade de autocuidado, incluindo a escovação dos dentes. Essa deterioração no comportamento de autocuidado pode criar um 'ciclo vicioso' que agrava a saúde oral e a função cognitiva.
Andrea Piacquadio / Pexels
Escovar não é garantia
Lin ressalta que simplesmente escovar os dentes não impede o desenvolvimento de demência, uma condição que afeta a memória, linguagem e habilidades de pensamento.
Nos Estados Unidos, 5,8 milhões de pessoas têm doença de Alzheimer, e cerca de 68% dos adultos acima de 65 anos têm doença gengival.
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A doença gengival, ou periodontite, ocorre quando a placa bacteriana se acumula nos dentes, podendo ser controlada com escovação e uso de fio dental. Estudos identificaram bactérias periodontais em cérebros de pacientes com Alzheimer. A inflamação crônica da gengiva e ossos ao redor dos dentes pode contribuir para problemas cerebrais.
Pesquisadores buscam entender se a má higiene bucal é sintoma ou causa de demência. Anita Visser, professora de Odontologia Geriátrica na Universidade de Groningen, explica que, embora não seja simples, há indícios de que a periodontite grave aumenta o risco de Alzheimer.
Mario Dioguardi, pesquisador em Ciências Odontológicas na Universidade de Foggia, espera que a conscientização sobre o aumento do risco de Alzheimer relacionado à perda de dentes e periodontite leve mais pessoas a cuidarem da higiene bucal.
Ao priorizar a saúde bucal, a população pode contribuir para a prevenção da demência, sendo essencial promover a conscientização sobre essa conexão ainda complexa.
