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Irmandade do Amor Eterno: o culto hippie que tentou viciar a sociedade dos EUA de 1960

Movimento hippie usou o LSD como instrumento de revolução espiritual

No auge dos movimentos de contracultura, na década de 1960, os Estados Unidos testemunharam o nascimento de um movimento radical e controverso: a Irmandade do Amor Eterno.

Esse grupo, também conhecido como a "Máfia Hippie", tinha um objetivo singular - difundir o LSD e promover uma revolução espiritual na sociedade americana.

Contracultura e drogas

Na década de 1960, os Estados Unidos vivenciaram o surgimento do movimento de contracultura, uma reação radical à sociedade tradicional, ao conservadorismo, à guerra do Vietnã, à discriminação racial e ao consumismo desenfreado.

Esse movimento buscava valores como liberdade, igualdade, autenticidade, amor, paz e liberdade. As drogas, especialmente o LSD, desempenharam um papel proeminente nesse contexto, muitas vezes sendo consideradas meios para desafiar a conformidade com os valores convencionais e a autoridade estabelecida, segundo o Mega Curioso.

No entanto, é importante observar que as drogas não eram uma parte intrínseca da contracultura, e muitos de seus apoiadores não aderiram ao uso, cientes dos riscos associados. O movimento buscava alternativas espirituais, filosóficas e políticas que eventualmente deram origem ao movimento "New Age".

Stephen Arnold/Unsplash

Religião psicodélica

A Irmandade do Amor Eterno foi fundada por John Griggs em 1967, na Califórnia. Inicialmente, o grupo procurava abandonar a sociedade e iniciar uma vida comunitária em uma ilha paradisíaca.

Sua crença central era que o LSD tinha o poder de "curar e revelar" e era uma chave para desbloquear as portas da percepção divina. O LSD, para eles, era um sacramento espiritual.

Jose P. Ortiz/Unsplash

O movimento rapidamente cresceu e ganhou notoriedade, promovendo o uso de LSD e protestando contra sua proibição. Durante o "Verão do Amor" em 1967, eles distribuíram grandes quantidades de LSD no evento "Human Be-In" em São Francisco, desafiando as leis da época.

Ascensão e queda

A Irmandade do Amor Eterno procurava difundir o LSD para o maior número de pessoas possível, vendendo-o a preços acessíveis, com o objetivo de promover uma revolução espiritual em massa.

No entanto, a administração do presidente Richard Nixon lançou a "Guerra às Drogas" no início dos anos 1970, resultando em ataques às propriedades da Irmandade em 1972.

A pressão do governo e a popularização da cocaína, considerada uma alternativa "não espiritual", enfraqueceram o movimento e tiraram a espiritualidade das pessoas. Timothy Leary, uma figura-chave da contracultura, acreditava que a guerra às drogas de Nixon diluiu a Irmandade e teve um impacto negativo na sociedade.

Timothy Leary/Twitter

Assim, a Irmandade do Amor Eterno, que havia tentado "salvar" a sociedade americana por meio do vício em LSD, viu seu poder declinar, mas sua influência na contracultura dos anos 1960 deixou uma marca indelével na história.

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