Pode ser que, finalmente, os amantes de brócolis tenham uma desculpa ainda melhor para evitar os vegetais: a sobrevivência. Especialistas afirmam que sentir repulsa por certos alimentos, como cogumelos, tomates e certos vegetais, na verdade faz parte de um "mecanismo de sobrevivência".
A psicóloga Dra. Jennifer Carter, da Universidade Estadual de Ohio, explica que quando comemos algo que nos faz mal, como provocar náuseas e vômitos, nosso instinto nos diz para evitar esse alimento no futuro.
A Dra. Carter destaca que, além do mecanismo de sobrevivência, condições como a gravidez, questões sensoriais e até mesmo fatores genéticos desempenham um papel importante nas aversões alimentares. Alguns de nós podem ter predisposição para a aversão ao gosto de alimentos como o coentro, por exemplo.

Os especialistas afirmam que a aversão alimentar que não afeta a qualidade de vida não é motivo de preocupação, a menos que prejudique a saúde mental ou física. A Dra. Rebecca Boswell, psicóloga clínica, aponta que a seletividade alimentar é mais comum em crianças, à medida que elas aprendem quais alimentos são seguros para comer.
Alguns deles superarão essa seletividade com o tempo, mas em outros casos, problemas psicológicos subjacentes, como o Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (TARE), podem estar presentes.
O TARE, semelhante à anorexia, envolve restrições alimentares excessivas que podem levar à desnutrição e perda de peso dramática. No entanto, o TARE não está relacionado à aparência física, mas sim a aversão a determinados alimentos.
Nutricionista e escritora, Jessica Cording observa que as pessoas com TARE não têm preocupações com o tamanho ou a forma do corpo, como ocorre em outros transtornos alimentares, mas enfrentam as mesmas consequências médicas e psicológicas negativas da desnutrição.
Segundo o New York Post, é importante lembrar que uma dieta rica em nutrientes é essencial para a saúde. As diretrizes dietéticas do Departamento de Agricultura e Serviços Humanos dos Estados Unidos recomendam o consumo diário de 1,5 a 2 xícaras de frutas e 2 a 3 xícaras de vegetais.
No entanto, é alarmante que cerca de metade das crianças nos Estados Unidos não consuma um único vegetal por dia, de acordo com os dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças.
Não é necessário entrar em pânico se você simplesmente não suporta determinados alimentos, como cogumelos. A Dra. Cording esclarece que, desde que não haja lacunas nutricionais e ansiedade associada à alimentação, é provável que você possa evitar certos alimentos, como brócolis, pelo resto da vida.
No entanto, se a aversão alimentar estiver relacionada a um alto nível de ansiedade e interferir no funcionamento diário, isso poderá ser um sintoma de um transtorno alimentar.

Transtornos alimentares são tratáveis com a ajuda de profissionais, como nutricionista, que podem integrar gradualmente uma variedade de alimentos na dieta.
Embora as aversões alimentares possam ter raízes na sobrevivência, é crucial manter uma dieta equilibrada para a saúde a longo prazo. Se as aversões alimentares interferirem na qualidade de vida, é aconselhável procurar ajuda de especialistas para superar esses desafios.

