Aos 22 anos, Amy Gwynn nunca tinha entrado em um clube de strip antes de abrir o Rude em Liverpool (Inglaterra), há 13 anos. Agora, ela orgulhosamente comanda o maior clube de strip do Reino Unido e o único clube masculino de propriedade feminina.
A mãe de quatro filhos tem entre suas funcionárias estrelas pornô, ex-participantes de reality shows, entre outras caras famosas na mídia, trabalhando para ela e recentemente apareceu no programa "Olivia Attwood: Filthy Rich" da ITV, onde deu uma espiada na realidade de uma indústria historicamente dominada por homens.
Agora, ela está compartilhando seus maiores segredos de sucesso nos negócios e o que realmente é necessário para ser uma stripper nos dias de hoje. Os estereótipos ficaram para trás, como nas palavras de Amy: "Não se trata mais de seios grandes e cabelos loiros."
Amy, 36 anos, recebe regularmente rostos famosos e pessoas ricas no clube e pode ganhar 20 mil libras em apenas uma noite. Ela disse ao Mirror: "Recebemos muitos jogadores de futebol, boxeadores, golfistas e empresários de alto perfil que podem entrar pela porta dos fundos e sentar-se em áreas VIP privativas. Temos também muitas dançarinas de alto perfil, garotas que participaram de programas como "De Férias com o Ex", "Love Island" ou estrelas pornô. Algumas trabalham regularmente, outras viajam. Os fãs vêm até elas. O clube pode faturar 20 mil libras em uma noite e não muito na próxima. Tudo depende de quem entra pela porta."
Ela disse que o Rude é seu "bebê" e sua "obsessão". "Estou sempre em busca das melhores garotas e das melhores maneiras de promover o clube e tornar os shows mais interativos e emocionantes", explicou ela.
Com 40 dançarinas em sua lista, Amy tem uma ampla variedade de mulheres oferecendo diferentes habilidades. Falando sobre o que é preciso para ser uma stripper hoje, ela disse: "É muito diferente agora e está evoluindo muito. Há muitos anos, as strippers eram muito típicas e todas tinham a mesma aparência. Agora, com a mudança dos tempos, é mais sobre a interação humana. Você pode ver mulheres na internet, então a coisa mais importante é sua energia, confiança e personalidade. Seja você uma garota alta, mais magra, de cabelo curto ou comprido, se você sabe que está bem, então se sente bem - e isso faz as pessoas quererem te ver."
Amy tem requisitos específicos para suas dançarinas, que incluem agendar os turnos com uma semana de antecedência, marcar as férias com antecedência, chegar na hora, não mascar chiclete e não usar celulares na área de atuação.
"Geralmente, há regras não escritas para strippers, como respeitar as outras garotas", explicou ela. "É importante que elas trabalhem em equipe e cuidem da garota que não ganhou muito dinheiro naquela noite."
Para os clientes, há uma regra estrita de não tocar, não usar celulares e não filmar, a fim de proteger a segurança das dançarinas.
Surpreendentemente, seu processo de recrutamento para novas trabalhadoras não envolve dançar em um poste. "Normalmente, as garotas se inscrevem através do site ou enviam mensagem pelo Instagram. Eu as convido para o clube para conversarmos. Nunca peço a uma garota para dançar, o que surpreende muita gente", disse Amy. "É muito mais sobre a personalidade e a confiança, não sobre o quão bem você dança. Você pode ser treinada para dançar no poste, então isso não é o mais importante. Você tem carisma? As pessoas vão gostar de você? Você é uma vendedora ou uma jogadora em equipe?" Amy recentemente abriu um estúdio de pole dance nas instalações para permitir que as garotas treinem e pratiquem.
Mas mesmo que você tenha o jeito para isso, como ganhar mais dinheiro como stripper? Amy revelou: "Se você conseguir um cliente que gasta bem, você precisa lembrar o nome dele e os detalhes para fazê-lo se sentir especial da próxima vez. Construa clientela regular e relacionamentos, seja feliz e amigável. Sempre use sua melhor lingerie e cuide de si mesma mentalmente."
Ela acrescentou: "Há muito a aprender com uma stripper. Elas são amigas das mulheres e confiantes. É um trabalho em que você está exposta aos problemas das mulheres, então naturalmente cuida delas em vez de querer derrubá-las".
Amy disse que sua equipe é diversificada e nem todas são strippers em tempo integral - algumas estão se preparando para ser advogadas. "Temos mães solteiras, estudantes, artistas e esteticistas que levam vidas duplas. É um ótimo trabalho para flexibilidade e você pode ganhar o quanto quiser", explicou ela. "Você é seu próprio chefe. Temos garotas que moram longe e vêm dançar por oito meses do ano."
Algumas podem ganhar 5 mil libras em uma noite e foram presenteadas com carros, férias e roupas pelos clientes, mas há noites em que não ganham muito. "Quanto mais clientes regulares você conseguir, mais ganha", disse Amy.
A empresária cobra uma taxa fixa de suas dançarinas autônomas, enquanto muitos clubes cobram comissão. "Eu pessoalmente prefiro cobrar uma taxa fixa, para que, quer ganhem 2 mil libras em uma noite ou 400 libras, elas sempre pagam a mesma quantia. Gosto da estrutura e me beneficia ter maiores ganhadoras no clube. Elas não deveriam ser penalizadas por ganhar mais", explicou.
Da mesma forma, todas as dançarinas têm que cobrar um preço fixo dos clientes. "Isso garante que todos cobrem o mesmo valor e dancem pelo mesmo período de tempo. Efetivamente, não estamos ganhando mais de uma garota do que de outra para manter um campo de jogo justo", acrescentou.
Enquanto os pedidos mais comuns incluem mulheres querendo assistir a seus parceiros dançarem e vice-versa, ou homens pedindo para serem chicoteados e humilhados - o que não é permitido - alguns nem sequer requerem trabalho. "Muitos homens têm obsessão por pés e gostam de comprar os sapatos das garotas stripper depois que elas os usaram", disse Amy.
Para Amy, é importante garantir que suas garotas estejam no controle e não ultrapassem limites. "É uma indústria com a reputação de ser projetada por homens para explorar mulheres. Eu quero educar as mulheres de que você pode pegar essa indústria e virá-la de cabeça para baixo e ter controle sobre ela", disse ela. "Vemos mais garotas entrando e se sentindo empoderadas. Elas sabem muito bem que esses homens estão vindo para admirar seus corpos, mas também estão felizes e confiantes. Elas se excitam quando os homens se sentem atraídos por elas e admiram seus corpos. É sobre mudar a perspectiva disso."
O maior investimento de Amy foi o camarim, que seus clientes nem chegam a ver. É totalmente diferente das salas dos fundos precárias dos clubes típicos e faz parte de seu plano de negócios para fazer com que as dançarinas se sintam valorizadas. "Lembro-me das pessoas me dizendo que os clientes nem mesmo as veriam, mas era um gesto para mostrar às garotas que elas são a parte mais importante", explicou Amy.
"Queria ter certeza de que elas tinham seus próprios banheiros bonitos e salas de maquiagem. Elas trabalham longos turnos e têm música e sofás para relaxar, conversar ou tirar uma soneca durante os intervalos."

