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Chefe do Talibã anuncia retorno de execuções e amputações como pena para pequenos crimes

Mullah Nooruddin Turabi é o responsável pelas prisões do Talibã e defensor das amputações como meio de ‘manter a segurança’.

Chefe do Talibã anuncia retorno de execuções e amputações como pena para pequenos crimes
Representação Imagem U.S. Government (Cpl. Logan E. Riddle/rawpixel.com / U.S. Marine Corps)

Um dos chefes do Talibã admitiu que o regime trará de volta as execuções e amputações como forma de punição para crimes menores. Mullah Nooruddin Turabi também alertou a todos dizendo rejeitar a indignação com execuções realizadas anteriormente.

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Segundo reportagem publicada pelo The Mirror, o combatente, que agora é um dos chefes do Talibã, foi um dos principais executores da interpretação extremista da lei sharia, durante o último governo do Talibã.

Para ele, as punições extremas são “necessárias para a segurança”. Em declaração feita diretamente de Cabul, Turabi disse: “Todos nos criticaram pelas punições realizadas no estádio, mas nunca os questionamos sobre as suas leis e punições. Ninguém vai nos dizer quais devem ser nossas leis e punições. Seguiremos o Islã e faremos nossas leis sobre o Alcorão”.

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Desde a retomada do poder pelo Talibã, em agosto, os cidadãos estão preocupados com o retorno das punições severas aplicadas anteriormente pelo grupo. Os comentários de Turabi sugerem que estas punições ainda são parte dos preceitos do Talibã.

Execuções e amputações podem voltar a ser aplicadas como punição por pequenos crimes

Após os comentários de Turabi, a ideia de que os líderes do Talibã permanecem com uma visão extremamente conservadora foi reforçada. Anteriormente, o combatente foi chefe do Ministério de Propagação da Virtude e Prevenção do Vício, além de ministro da Justiça.

As execuções públicas realizadas pelo Talibã foram denunciadas por diversas organizações ao redor do mundo. Os condenados eram punidos muitas vezes no estádio esportivo de Cabul ou no terreno da Mesquita Eid Gah.

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Geralmente, assassinos eram condenados a morte, com um tiro, e a punição era executada pela família da vítima, que tinha a opção de aceitar o chamado “dinheiro de sangue” e deixar o criminoso viver. Ladrões tiveram mãos amputadas e, em alguns casos, mãos e pés.

Os julgamentos raramente eram públicos e as decisões eram tomadas em favor dos clérigos islâmicos. Desta vez, segundo Turabi, os juízes tomarão uma decisão sobre os casos, mas as punições serão retomadas. Para ele, “cortar as mãos é muito necessário para a segurança”.

Outras formas de punição já foram retomadas pelo Talibã. Recentemente, a punição de “envergonhar publicamente os acusados” voltou a ser aplicada em casos de pequenos furtos.

Apesar de defender as punições extremas, como aplicadas anteriormente, Turabi diz que o Talibã também passou por mudanças. “Nós mudamos do passado”, disse ele acrescentando que a televisão, celulares, fotos e vídeos serão permitidos por serem “uma necessidade das pessoas e é isso que levamos a sério”.

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