Conforme notícia divulgada pelo The Mirror, imagens mostraram combatentes do Talibã descartando corpos em grandes fossos na província de Kandahar. Eles estão caçando traidores e descartando os corpos em valas comuns apesar de dizerem ao mundo que não se vingariam de seus inimigos.
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Após a retomada do poder pelo grupo extremista, o caos se instalou nas ruas de Cabul, capital do Afeganistão. Milhares de afegãos desesperados tentam deixar o país. Para tranquilizar a população, o porta-voz do grupo Talibã disse que o grupo não busca “vingança contra ninguém” e que não desejam “nenhum inimigo interno ou externo”.
Além destas promessas, os extremistas também disseram que irão manter os direitos das mulheres “dentro da estrutura da lei Sharia”.
Apesar das promessas, relatos de atrocidades começaram a ocorrer nas províncias ao redor de Cabul. Imagens mostram combatentes que parecem estar jogando corpos em valas comuns. Outros relatam que os talibãs estão perseguindo qualquer pessoa que seja considerada traidora, envolvendo associados ao governo afegão, soldados, membros da OTAN, funcionários de ONGs e jornalistas.
Para David Otto, especialista em contraterrorismo e crime organizado no Global Risk International, “esta é uma tática conhecida de terror do Talibã para gerar medo e pouca resistência das forças estatais”.
Imagens de combatentes jogando corpos em valas pode ser tática de intimidação
Otto também afirma que o Talibã tem consciência de que notícias cruéis se espalham com maior velocidade. “Assim que outros distritos recebem informações sobre como o Talibã está tratando mal os prisioneiros, o nível de resistência diminui”.
Para ele as prisões arbitrárias, a intimidação e as ameaças de assassinatos em massa foram motivos que levaram as forças de segurança afegãs a fugirem para estados vizinhos ou se renderem sem qualquer resistência.
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Otto acredita que o isolamento do Talibã pode ser ainda mais prejudicial para a paz e segurança internacional. “Com o poder e recursos, nada impedirá o Talibã de fornecer treinamento e outros tipos de apoio a grupos terroristas”.
Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, disse que o número de relatos sobre violações dos direitos humanos conta mulheres e crianças no Afeganistão vem crescendo. “Não podemos e não devemos abandonar o povo do Afeganistão”, afirmou.