Os primeiros anos são decisivos para o crescimento e desenvolvimento da criança, daí a importância de formar bons hábitos alimentares nesse período. Para apoiar pais e responsáveis nessa missão, o Ministério da Saúde lançou um guia de alimentação para crianças menores de dois anos na versão de bolso.
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A versão em tamanho reduzido visa facilitar o acesso a famílias, responsáveis e profissionais de diversas áreas sobre aleitamento materno, introdução à alimentação complementar e escolha de alimentos saudáveis. Os desafios do cotidiano na alimentação da criança pequena, direitos relacionados à alimentação infantil, além de recomendações sobre habilidades culinárias também são abordados na publicação, que teve a edição completa lançada em 2019.
Em janeiro, a pasta também lançou uma versão resumida do Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos, disponível em formato eletrônico.
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Obesidade infantil no Brasil
Embora tenha ocorrido um aumento da prática de amamentação no país, sua duração ainda está abaixo do recomendado. Cada vez mais cedo, as crianças estão sendo expostas a alimentos ultraprocessados, consumindo pouca variedade de alimentos saudáveis, como frutas e verduras ou minimamente processados.
A obesidade infantil traz sérios prejuízos à saúde, com desdobramentos na idade adulta. Além de aumentar os riscos futuros, crianças e adolescentes obesos podem apresentar dificuldades respiratórias, aumento do risco de fraturas, hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e efeitos psicológicos, como baixa autoestima, isolamento social, transtornos alimentares, entre outros.
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“O guia é um documento importante porque, no Brasil, a alimentação, assim como a saúde, é um direito. O guia alimentar tem como diretriz orientar sobre uma alimentação saudável e, a partir dela, espera tornar a fase da introdução da alimentação complementar, a partir dos 6 meses de vida, mais tranquila para pais, famílias, cuidadores e profissionais da área”, ressalta nutricionista Gisele Bortolini, coordenadora de Alimentação e Nutrição, da Secretaria de Atenção Primária, do Ministério da Saúde.
Atualmente, cerca de 60% dos brasileiros adultos têm excesso de peso. E essa condição está atrelada a uma complexa rede de determinantes, que inclui a alimentação inadequada. Trata-se, inclusive, do principal fator de risco relacionado à carga global de doenças que mais contribuem para a mortalidade, ocupando a segunda posição. No Brasil, os alimentos ultraprocessados contribuem com cerca de 15% das calorias consumidas, com destaque para industrializados, seguidos dos doces.
Para a nutricionista é essencial investirmos em ações de prevenção e controle da obesidade infantil, e completa: “O ambiente onde vivemos determina as escolhas alimentares, se eu vou comer algo saudável ou se eu vou conseguir fazer atividade física. Então, para prevenir todas as formas de má nutrição, precisamos de um conjunto de políticas públicas que garanta um alimento saudável desde a produção e o acesso até o consumo para todos os brasileiros”.
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12 ações para garantir uma boa alimentação aos bebês
1. Amamentar até 2 anos ou mais, oferecendo somente o leite materno até 6 meses.
2. Oferecer alimentos in natura ou minimamente processados, além do leite materno, a partir dos 6 meses.
3. Oferecer à criança água própria para o consumo em vez de sucos, refrigerantes e outras bebidas açucaradas.
4. Oferecer a comida amassada quando a criança começar a comer outros alimentos além do leite materno.
5. Não oferecer à criança até 2 anos de idade açúcar nem preparações ou produtos que contenham açúcar.
6. Não oferecer à criança alimentos ultraprocessados.
7. Cozinhar a mesma comida para a criança e para a família.
8. Zelar para que a hora da alimentação da criança seja um momento de experiências positivas, aprendizado e afeto junto da família.
9. Prestar atenção aos sinais de fome e saciedade da criança e conversar com ela durante a refeição.
10. Cuidar da higiene em todas as etapas da alimentação da criança e da família.
11. Oferecer à criança alimentação adequada e saudável também fora de casa.
12. Proteger a criança da publicidade de alimentos.
*Com informações do Ministério da Saúde
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