A Justiça de São Paulo determinou que Maicol Sales dos Santos, de 23 anos, operador de empilhadeira, seja julgado por júri popular pelo assassinato da adolescente Vitória Regina de Souza, de 17 anos, ocorrido em fevereiro deste ano em Cajamar.
De acordo com o portal Diário do Pará, a decisão foi divulgada em 30 de outubro e o juiz da 2ª Vara Criminal da cidade declarou inválida a confissão extrajudicial de Maicol, feita em março, por irregularidades no registro do depoimento, cuja gravação continha cortes, foi feita sem a presença da defesa e durante a noite.
O Ministério Público acusa o réu de feminicídio, sequestro, cárcere privado, ocultação de cadáver e fraude processual. Caso condenado por todos os crimes, Maicol pode pegar até 50 anos de prisão. A defesa contesta as acusações, alegando falhas na investigação e violação do direito de defesa.
Enquanto aguarda o julgamento, o acusado permanece preso preventivamente.
Relembre o caso Vitória
Vitória foi vista pela última vez no dia 26 de fevereiro, em Cajamar. O pai da jovem sempre a buscava de carro no trabalho, mas naquela data o veículo estava em uma oficina e ela teve que voltar de ônibus. Logo que saiu do serviço, Vitória mandou uma mensagem por WhatsApp para uma amiga, quando disse que estava sendo perseguida por dois homens e que estava com medo.
A garota contou que, ao chegar no ponto de ônibus, um dos suspeitos entrou no mesmo coletivo que ela. Foi quando a amiga disse que poderia ser que ele também estivesse indo para casa ou, quem sabe, estivesse mesmo a perseguindo: “Espero que não”, respondeu a adolescente, que sumiu após embarcar no coletivo.
O corpo dela foi achado após uma semana do desaparecimento, com várias marcas de violência. O corpo da adolescente estava completamente sem roupas e com os cabelos raspados.
O laudo pericial do Instituto Médico-Legal (IML) revelou que Vitória faleceu em decorrência de uma hemorragia após levar três facadas, sendo uma no tórax, uma no pescoço e outra no rosto. A análise descartou a possibilidade de que a garota tenha sido estuprada, como chegou a ser cogitado.
O documento mostrou que exames feitos na região genital da vítima constataram que não houve “lesões traumáticas de interesse médico-legal”. Também foi feita uma pesquisa por espermatozoides, que deu resultado negativo.
O laudo revelou, ainda, que Vitória apresentava álcool no sangue. Porém, isso não prova que ela tenha consumido bebidas alcoólicas antes de morrer, pois pode caracterizar “um processo de fermentação característico da putrefação”, já que o corpo dela já tinha iniciado a decomposição.

