Quatro meses após o crime que chocou Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro, novas informações foram divulgadas sobre o adolescente de 14 anos que matou o pai, a mãe e o irmão de três anos.
O jovem utilizou uma arma do pai e contou com a ajuda da namorada, de 15 anos, que participou do planejamento à distância, em Água Boa (MT). Ambos responderão pelos mesmos crimes, segundo o delegado responsável, Carlos Augusto Guimarães.
Os dois estão internados provisoriamente e devem permanecer sob custódia por até três anos, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Uma audiência deverá definir o andamento do processo e o tipo de internação. O delegado criticou o limite de três anos imposto pela legislação, afirmando que o caso evidencia a necessidade de revisão das punições para adolescentes envolvidos em crimes graves.
Guimarães também destacou que o adolescente demonstrava frieza e ausência de arrependimento, o que levanta dúvidas sobre sua recuperação. Psicólogos consultados apontaram que, se houver traços de psicopatia, o tratamento é complexo e requer acompanhamento constante.
Entre os fatores que podem ter contribuído para a tragédia, o delegado citou o fácil acesso à arma de fogo, o distanciamento familiar e o consumo excessivo de conteúdos violentos. Segundo ele, o adolescente afirmava não gostar dos pais e dizia ter afeto apenas pela namorada e pelo tio.
A avó paterna, Regina Teixeira, fez um desabafo emocionado, relatando que o neto confessou o crime sem demonstrar arrependimento. “A gente vê esses casos na televisão e nunca imagina que vai acontecer dentro da própria família”, lamentou.
O caso continua sob acompanhamento das autoridades, enquanto a sociedade discute os limites da legislação juvenil e as falhas familiares e sociais que podem levar a tragédias desse tipo.
