O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) denunciou o motorista de uma carreta e o dono da empresa responsável pela carga pelo acidente que matou 39 pessoas na BR-116, na altura de Teófilo Otoni, em dezembro passado. A promotoria quer que eles respondam por homicídio qualificado, além de tentativa de homicídio contra os 11 feridos. Ainda não há prazo para que a Justiça dê seu parecer.
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O homem que dirigia a carreta também é acusado de ter fugido do local sem prestar socorro às vítimas e por ter se afastado do local para fugir das responsabilidades penal e civil.
Já o dono da empresa responsável pela carga também foi denunciado por falsidade ideológica, pois, segundo o MP-MG, inseriu dados falsos sobre as pesagens das pedras que eram transportadas para burlar fiscalizações.
No fim de fevereiro, a Polícia Civil já tinha indiciado o motorista da carreta e o dono da empresa pelo acidente que provocou 39 mortes. A investigação apontou que, no momento do acidente, eram transportados dois blocos de quartzito, com peso total de 103 toneladas, o que é superior ao permitido pela legislação de trânsito.
Em uma curva, um dos blocos se soltou da carroceria da carreta e atingiu o ônibus, que seguia no sentido contrário da rodovia. Logo após o impacto, ocorreu um incêndio e as vítimas não conseguiram se salvar.
As defesas dos denunciados não foram encontradas para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.
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O acidente
O acidente ocorreu na altura do Km 285 da BR-116, em Lajinha, comunidade rural de Teófilo Otoni, na madrugada do dia 21 de dezembro de 2024.
Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a suspeita inicial foi de que o pneu do coletivo tivesse estourado e o condutor perdido o controle. Porém, uma análise feita no local do acidente apontou que parte da carga de granito que era levada pelo caminhão se desprendeu e isso causou o acidente.
As vítimas que estavam no ônibus embarcaram no Terminal do Tietê, em São Paulo, na manhã do dia 20 de dezembro. O veículo seguia levando 45 pessoas para a Bahia, onde teria desembarques em várias cidades. Após a colisão, o coletivo pegou fogo, matando 39 pessoas, incluindo o motorista.
Além do ônibus, um veículo de passeio se chocou contra a carreta. Os três ocupantes do Fiat Argo foram socorridos com vida e encaminhados para atendimento médico hospitalar.
O caminhoneiro envolvido fugiu do local da batida e foi considerado foragido. Ele compareceu a uma delegacia dias depois, quando disse que entrou em pânico ao ter ciência da gravidade do acidente. Ele foi ouvido por mais de seis horas e acabou liberado.
Na época, a Emtram, empresa de transportes responsável pelo ônibus de viagem, se mostrou solidária aos familiares das vítimas. “A empresa se solidariza com as vítimas e seus familiares e informa que está empenhando máximo esforço para auxiliar as pessoas envolvidas e seus familiares, oferecendo e providenciando todo o apoio necessário, inclusive acompanhamento psicológico”, disse a nota.