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Volta às aulas: especialista incentiva a adoção da mesada para as crianças

Medida, bem administrada, é indicada para dar os primeiros passos de educação financeira para os filhos; escola deve ser parceira

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Educação financeira se aprende desde cedo, diz especialista Pexels

Na próxima segunda-feira (3), começam as aulas na rede pública no estado de São Paulo. Para a especialista Thaíne Clemente, é uma excelente oportunidade de começar a inserir conceitos de educação financeira com os filhos. E a estratégia da mesada é defendida por ela como uma boa estratégia.

A especialista diz que ensinar os pequenos desde cedo a serem atentos aos gastos é uma lição valiosa. “O hábito da mesada, sozinho, nem sempre faz o trabalho de conscientizar sobre os custos. Mas o contato com o dinheiro, aliado a conceitos de educação financeira, pode contribuir muito para uma educação financeira mais precoce. Se recebermos esses ensinamentos desde cedo, na escola e em casa, é mais provável que nos tornemos adultos que sabem usar o dinheiro e que tenham mais jogo de cintura para lidar com imprevistos, porque nada disso vai ser novidade”, afirma a executiva de Estratégias e Operações da fintech Simplic.

Thaíne dá dicas de como algo simples como a mesada pode contribuir para transmitir lições financeiras aos mais jovens, tanto em casa quanto na sala de aula.

A primeira estratégia é entender os gastos. “A partir do momento que a criança ou adolescente tem acesso a algum dinheiro, como a mesada, é importante que ela passe a planejar com o que gastará a quantia, seja ela qual for”, diz.


Uma sugestão é pedir a eles que anotem como pretendem gastar e em quais dias da semana, para ter uma noção de quanto ainda terá quando receber o próximo pagamento. “Essa atitude ensina a planejar e a enxergar os gastos de forma macro”, ensina a especialista.

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Thaíne aponta também a importância de as crianças entenderem a responsabilidade que se deve ter com o dinheiro. E aí ela aponta a importância do diálogo dos pais com a escola. “Na escola, os professores poderiam falar sobre os preços da cantina, o troco, quanto cada um precisa gastar para comer o que quer. A dinâmica pode mostrar aos mais novos que é preciso guardar um pouquinho, todos os dias, para que seja possível lanchar confortavelmente durante a semana”, afirma.

Mas os pais têm de fazer o seu papel. “É comum que, tendo o poder de adquirir algo, elas não pensem duas vezes antes de gastar todo o dinheiro de uma só vez. Mas, é importante mostrar a eles na prática que, se cederem ao impulso de gastar tudo que receberam, não poderão comprar mais nada até a próxima mesada. Isso os ensina a planejar, não agir sem pensar, e a ter responsabilidade sobre as escolhas”, ressalta a executiva.

Outra lição importante é que o hábito de receber a mesada envolve paciência. “Uma vez que eles têm em suas mãos o próprio dinheiro para gastar como preferirem, muitas vezes vão desejar algo que não podem ter com apenas um repasse da mesada. Assim, aprendem a ser pacientes ao poupar para atingir o valor necessário, repensar os gastos cotidianos ou até mesmo refletir se realmente querem aquilo”, observa Thaíne.

Ela novamente ressalta a importância da parceria família e escola. “Os pais devem se organizar para cobrar da instituição escolar a educação financeira dentro da sala de aula, que pode fazer a diferença na relação da criança com as contas, no futuro”, afirma.

“Um bom método para inseri-la na vida do aluno é fazer rodas de conversa sobre a importância do dinheiro e como administrá-lo, mesmo que seja só a mesada. Isso já é um bom começo para introduzir conceitos básicos de economia, para que o aluno compreenda a importância e as consequências de suas escolhas financeiras”.

Thaíne vai além. Ela enxerga a necessidade de uma educação integrada às disciplinas, como matemática e estudos sociais, proporcionando uma visão prática e aplicada dos conceitos aprendidos. Dessa forma, os alunos estarão melhor preparados para enfrentar os desafios financeiros do mundo real e tomar decisões conscientes que favoreçam o seu bem-estar a longo prazo.

       

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