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Argentina tem sua versão do bolo envenenado; conheça

Mulher usou conjunto de porcelana para envenenar chá que matou pelo menos três pessoas em 1979

Reprodução
A Envenenadora de Monserrat Reprodução

O caso de um bolo envenenado em Torres, no Rio Grande do Sul, que revelou crimes do qual Deise Moura dos Anjos é a maior suspeita, usando o arsênio, ganhou destaque na mídia do Brasil e do mundo. Mas ele não é único. A Argentina também tem um caso famoso.

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Deise teria um histórico de desavenças familiares e a sogra Zeli dos Anjos seria seu principal alvo. Zeli preparou o bolo na véspera de Natal. Segundo a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, o veneno (arsênio) foi misturado por Deise na farinha utilizada pela sogra no preparo.

Sete pessoas participaram da confraternização, mas nem todas comeram o bolo. As irmãs de Zeli, Neuza e Maida, morreram na madrugada do dia 24 de dezembro depós de ingerirem o bolo com arsênio. Tatiana, sobrinha, morreu após ser hospitalizada, no dia 25.

O sobrinho-neto, Matheus, e a sogra, Zeli, foram hospitalizados e receberam alta posteriormente.

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A polícia também constatou que antes do bolo, Deise matou o sogro, Paulo Luiz dos Anjos, também com arsênio, só que colocado no leite em pó. Agora encontraram arsênio no sangue do marido e do filho de 10 anos dela.

Na Argentina, um caso ocorrido em 1979 aponta para uma serial killer que envenenava as amigas através de cianeto colocado no chá. Mercedes Bolla Aponte de Murano, conhecida como Yiya, permaneceu nos registros da história criminal argentina como a Envenenadora de Monserrat, a primeira assassina em série da Argentina.

O caso veio à tona em 1979, quando as filhas de Carmen Zulema Del Giorgio solicitaram a autópsia do corpo de sua mãe, morta em março daquele ano.

Segundo elas, o porteiro do prédio contou que viu Murano entrar no apartamento da mulher e sair com um pedaço de papel e uma garrafa. O papel, segundo a investigação, seria uma nota promissória que provava que Del Giorgio havia lhe dado dinheiro.

A autópsia determinou que havia vestígios de cianeto no sangue da mulher.

Enquanto procuravam mais testemunhas para este caso, os investigadores descobriram que Murano aplicava golpes. Ela recebia dinheiro dos amigos e prometia multiplicá-lo no mercado financeiro.

Com esta informação, outras duas vítimas foram identificadas: Nilda Gamba e Lelia Formisano de Ayala, duas mulheres a quem Murano devia dinheiro e que morreram um mês antes de Del Giorgio.

Os corpos foram exumados para autópsias e os resultados corroboraram a suspeita dos investigadores: as duas mulheres tinham cianeto no organismo.

Porém, apesar de todas as provas apresentadas na investigação, na primeira instância judicial Murano foi absolvida e liberada.

Somente em junho de 1985 a decisão foi revista pela Câmara Criminal, após pedido de recurso do promotor e do advogado que representava uma das vítimas. A decisão foi de condenar a Envenenadora de Monserrat à prisão perpétua.

Com a reconstrução dos crimes, que se refletiu na decisão da Câmara Criminal em 1985, um modus operandi foi revelado: Yiya Murano se aproveitou do vínculo de confiança com as vítimas e usou cianeto – provavelmente no chá – para matar as mulheres.

Graças a recursos, ela ficou 13 anos presa e foi solta. E deu a volta por cima, “faturando” em cima da fama de primeira serial killer argentina. Chegou a colunista de moda de uma revista e vendia miniaturas de jogos de chá na internet. Ela morreu em abril de 2014. Seu filho, Martín Murano, com quem tinha uma relação para lá de conflituosa, lançou dois livros sobre ela.

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