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Polícial que matou Jean Charles de Menezes afirma que disparou contra o brasileiro por ter “achado que ia morrer”

Um documentário sobre o crime contra o brasileiro, morto após ser confundido com um terrorista em Londres, mostra a versão do agente responsável por disparar contra Jean Charles de Menezes.

Jean Charles de Menezes foi morto pela polícia de Londres em 2005.
Jean Charles de Menezes foi morto pela polícia de Londres em 2005. (Reprodução)

Um dos agentes envolvidos no caso da morte do eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes, em Londres, se pronunciou publicamente pela primeira vez desde o crime, ocorrido em 22 de julho de 2025. Na ocasião, o brasileiro foi alvo de diversos tiros após ser confundido com um terrorista no Metrô de Londres. Em sua declaração, o agente revelou que reagiu com os disparos por “achar que ia morrer”.

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Conforme publicado pela Folha de SP, o caso foi contado no documentário “Shoot to kill”, publicado pelo canal britânico Channel 4. Em dois episódios a história do brasileiro é contada ao mesmo tempo que o depoimento do agente, identificado como “C12″, é divulgado ao púlgado ao público pela primeira vez desde a ação.

Jean Charles de Menezes tinha 27 anos e morava no mesmo bloco de apartamentos que um dos suspeitos de tentar realizar um ataque terrorista em Londres. Ele foi confundido com o terrorista Osman Hussain, um dos envolvidos nos atentados ao transporte público de Londres em 21 de julho de 2005, duas semanas após os ataques que vitimaram 52 pessoas.

A versão do agente foi desmentida por testemunhas

Em sua declaração, a polícia britânica alegou que o brasileiro havia desobedecido as ordens dos agentes e que tinha atitudes e vestimentas suspeitas. O policial C12 também revelou ter acreditado que iria morrer caso não “contivesse o suspeito”. No entanto, as versões apresentadas foram desmentidas depois que foi verificado que o brasileiro usava apenas uma jaqueta jeans, não carregava uma mochila e não agiu de forma suspeita.

Em sua fala no documentário, o policial conta que o brasileiro se levantou e andou em direção aos agentes, fazendo com que ele pensasse se tratar de um terrorista. “Ele levantou e imediatamente se virou para a direita, onde nós estávamos, e andou na nossa direção”. Segundo C12, ele ainda deu um aviso de “polícia armada” para o jovem, que teria ignorado, e então alvejado.

Por outro lado, a investigação da ouvidoria da polícia britânica revelou que nenhum aviso foi dado ao brasileiro, e que ele não poderia ter agido de forma a salvar sua vida naquele momento.

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“Precisava ter certeza de que estava morto”

Seguindo com sua declaração, o agente revelou que após disparar os primeiros tiros contra o brasileiro “pensou que precisava ter certeza de que ele estava morto”, momento no qual se distanciou e disparou novamente contra o jovem, que estava imobilizado no chão do vagão do Metrô.

A abordagem policial foi condenada pela Justiça Britânica em 2007, quando a Scotland Yard precisou pagar uma multa de £175 mil por erros na operação. Dois anos depois do ocorrido, a polícia também fechou um acordo de indenização com os pais de Jean.

Por sua vez, a família do brasileiro reagiu ao documentário e afirmou “não ver sentido ou arrependimento” nas falas do policial.

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