O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, de 38 anos, delator do PCC que foi assassinado a tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, portava uma mala cheia de joias e objetos de valor, avaliados em R$ 1 milhão. A Polícia Civil informou que investiga se os itens, que tinham certificado de joalheiras de luxo como Bulgari e Cartier, têm alguma relação direta com o crime. A Polícia Federal também vai se reunir com os investigadores nesta segunda-feira (11) para ajudar nas apurações do caso.
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O ataque contra Gritzbach ocorreu na última sexta-feira (8), quando ele retornava para São Paulo de uma viagem a Maceió, em Alagoas. Familiares contaram à polícia que ele tinha ido até aquela cidade, acompanhado da namorada, para cobrar uma dívida de um conhecido, mas sem detalhar, de fato, qual era o teor dessa negociação.
Segundo o site G1, em uma das bagagens, o empresário trazia 11 anéis prateados com pedras rosadas, outras esverdeadas, em formas de coração e de pingo; seis pulseiras esverdeadas e douradas; dois colares prateados em forma de pingo e com pingentes, além de pares de brincos com pedras verdes, azuis e prateadas.
Conforme a investigação, além de Bulgari e Cartier, os itens tinham certificado de marcas como Cristovam Joalheria e Vivara. Gritzbach ainda portava algumas argolas douradas, um celular, um notebook, um relógio Rolex e R$ 620 em dinheiro.
Agora, as polícias Civil e Federal devem se unir para apurar se o crime tinha alguma ligação com essas joias ou se o empresário foi executado pelas delações contra o PCC e contra policiais corruptos. Até a manhã desta segunda-feira, nenhum suspeito pelo crime tinha sido preso.
O motorista de aplicativo Celso Araujo Sampaio de Novais, de 41 anos, que foi baleado no atentado, morreu no sábado (9). O homem chegou a gravar um vídeo enquanto era socorrido em uma ambulância, mas não resistiu. Ele, que não tinha nenhuma ligação com Gritzbach, foi sepultado nesta manhã no Cemitério Memorial Vertical Guarulhos, na Grande São Paulo.
Além de Celso, outras duas pessoas ficaram feridas após serem atingidas por tiros. Ambas receberam atendimento médico e já foram liberadas.
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O ataque
O atentado contra Gritzbach ocorreu na última sexta-feira (8). Conforme a polícia, ele foi atingido por quatro tiros de fuzil no braço direito, dois no rosto, um nas costas, um na perna esquerda, um no tórax e um no flanco direito (região localizada entre a cintura e a costela).
Gritzbach, que delatou esquemas do PCC na Capital e também a ação de policiais corruptos, era réu em um processo por lavagem de dinheiro da facção criminosa. Ele teria atuado para lavar R$ 30 milhões provenientes do tráfico de drogas.
O homem sabia que sua cabeça estava a prêmio e já tinha entregado ao Ministério Público de São Paulo um áudio onde dois interlocutores negociavam a morte dele por R$ 3 milhões.
A gravação foi feita pelo próprio empresário. Ele estava em seu escritório com um policial civil amigo quando o agente recebeu uma ligação de uma pessoa ligada a uma das empresas de ônibus de São Paulo suspeita de integrar a facção criminosa.
O policial deixou o telefone em viva voz para que o empresário escutasse e o autor da ligação pergunta ao policial se “3″ estava bom (referindo-se aos R$ 3 milhões) e se o passarinho (Gritzbach) já estava voando (saindo de casa). A ligação é encerrada momentos depois.
Sem que o policial soubesse, Vinicius gravou essa ligação em seu próprio telefone e a apresentou ao MP pedindo reforço de sua escolta.