O grande medo dos candidatos se confirmou. Nem na pandemia da Covid a taxa de abstenção em uma eleição na cidade de São Paulo chegou aos patamares de 2024. Nunca na história houve um comparecimento tão baixo às urnas. A ponto de o índice superar os votos recebidos pelo candidato derrotado, Guilherme Boulos (PSOL). O psolista obteve 2.323.901 votos, ante 3.393.110 do prefeito reeleito Ricardo Nunes (MDB). Os ausentes nas urnas foram 2.940.360, ou 31,4% dos eleitores paulistanos.
ANÚNCIO
No ano da pandemia, em 2020, a abstenção foi de 29,29% no primeiro turno, e de 30,81% no segundo.
Leia mais:
Confira todos os prefeitos eleitos em segundo turno no estado de São Paulo
Candidato que tinha convidado Marçal para ser secretário perde
Partido de Kassab, PSD se sagra campeão das eleições em São Paulo
Aliança que elegeu Nunes em São Paulo pode ser rascunho da direita para 2026
ANÚNCIO
A zona eleitoral da Bela Vista, na região central, foi a que registrou a maior abstenção, de 39%. Foi nesta zona, que atende os bairros da Consolação, Liberdade e Sé, onde Boulos obteve a sua maior votação no primeiro turno.
Já o Jardim Helena, no extremo leste, foi a zona em que os eleitores mais compareceram. Na zona que compreende os bairros Jardim Noemia, Parque Paulistano e Vila Mara, a taxa de abstenção foi de 28,4%.
Cármen Lúcia, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou neste ano que é necessário fazer um estudo para entender os motivos para as ausências crescentes.
“Depois que terminar as eleições, vamos pesquisar os locais, quais eleitores deixaram de votar, se são homens, mulheres, os estados e os municípios em que estão registrados”, falou a ministra no começo do mês, após o primeiro turno da eleição. “Em geral, fazemos a apresentação do número pela média nacional, mas a causa é local.”