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Aumentam os casos de leptospirose no RS após enchentes

Autoridades de saúde reforçam a importância de medidas preventivas e diagnóstico precoce para controlar a situação

O Rio Grande do Sul está passando por uma situação alarmante de saúde pública. Após intensas enchentes que começaram no final de abril, o estado registra 800 casos suspeitos de leptospirose. Este aumento é acompanhado por quatro mortes confirmadas, com outras ainda sob investigação.

A leptospirose, uma doença infecciosa causada pela bactéria Leptospira interrogans, é transmitida principalmente pela urina de ratos. A contaminação ocorre quando a água suja, misturada com urina de roedores, entra em contato com a pele ou mucosas de pessoas expostas. Em cenários de enchentes, a urina dos ratos presente em esgotos e bueiros se mistura à água das chuvas, aumentando significativamente o risco de transmissão.

Diagnóstico e tratamento da leptospirose

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Os exames para confirmar a presença da leptospirose são realizados pelo Laboratório Central (Lacen) do Rio Grande do Sul. Existem dois métodos de diagnóstico: o de biologia molecular (RT-PCR), adequado para os primeiros sete dias de sintomas, e o diagnóstico sorológico, que detecta anticorpos após sete dias. Segundo Loeci Natalina Timm, chefe do Lacen, os testes são disponibilizados gratuitamente para todos os casos suspeitos que tiveram contato com a enchente.

A leptospirose pode ser assintomática, mas em casos graves pode levar à falência de órgãos. O tratamento deve ser iniciado imediatamente com o uso de antibióticos, conforme orientação médica. Casos leves são tratados de forma ambulatorial, enquanto os graves requerem hospitalização imediata. A automedicação é desaconselhada; a recomendação é buscar assistência médica ao suspeitar da doença.

Medidas de prevenção e desinfecção

Para evitar a propagação da leptospirose, é essencial seguir algumas medidas de prevenção. Nos locais invadidos por água de chuva, deve-se realizar a desinfecção com água sanitária, na proporção de um copo para cada 20 litros de água. Além disso, manter os alimentos armazenados em recipientes bem fechados e a cozinha limpa sem restos de alimentos é crucial. Deve-se também remover as sobras de alimentos de animais domésticos antes do anoitecer e evitar o acúmulo de objetos e entulhos nos quintais.

Essas medidas são eficazes para reduzir a presença de roedores, principais transmissores da leptospirose. A exposição à luz solar também contribui para eliminar a bactéria.

O impacto das enchentes no Rio Grande do Sul

Desde o início das enchentes, o estado já confirmou 54 casos de leptospirose, e a situação de saúde pública continua crítica. As enchentes não só aumentaram o risco de doenças, mas também causaram a morte de 165 pessoas até o momento.

O cenário exige atenção redobrada das autoridades de saúde e da população para controlar a propagação da doença e evitar mais fatalidades. A conscientização sobre os riscos da leptospirose e a adoção de medidas preventivas são essenciais para enfrentar este desafio.

Fonte: G1

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