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Pai que matou a filha cumpria pena em regime aberto após ‘bom comportamento’ na cadeia

Wellington da Silva Rosas, 39, pegou 18 anos de prisão por roubos e tráfico e foi solto de Tremembé após passar por exame criminológico

Wellington da Silva Rosas, de 39 anos, que confessou a morte da filha, Rayssa Santos da Silva Rosas, de 18 anos, em São Paulo, cumpria pena em regime aberto por roubos e tráfico de drogas. Ele obteve o benefício após apresentar “bom comportamento” na cadeia e passar pelo exame criminológico. No último fim de semana, ele asfixiou a filha, queimou seu corpo e depois atirou no vão de um asfalto pelo fato da menina defender a mãe sobre a separação do casal.

O homem foi condenado a 18 anos de prisão por três assaltos violentos e tráfico de entorpecentes, cometidos a partir de 2007. Assim, ele estava preso no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Tremembé, no interior paulista, onde apresentava o bom comportamento.

Em abril do ano passado, Wellington obteve a progressão de pena para o regime aberto, depois que passou pelo exame criminológico.

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Conforme o site G1, a análise, feita por diretores, assistentes sociais e psicólogos ligados à Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), concluiu que o detento estava arrependido “pelos danos que causou” e que seus “níveis de agressividade e impulsividade” estavam “sob controle”. Além disso, ele apresentava “boa tolerância à frustração”.

Com base no documento, a Justiça determinou a progressão de pena para o regime aberto, sendo que o homem passou a trabalhar em uma doceria perto de onde morava, na Bela Vista, Centro da Capital. Foi nesse local que a filha dele foi morta no último domingo (24).

Briga e assassinato da filha

De acordo com a Polícia Civil, o homem disse em depoimento que brigou com Rayssa, já que ela defendia a mãe sobre a separação do casal.

“Estavam bebendo juntos e surgiu uma discussão por conta da separação dos pais. A mãe de Rayssa estava separada do seu pai, Wellington, há alguns meses (...) Disse que foi pra cima da filha porque ela havia ficado ao lado da mãe”, disse a delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

“Depois disso, ele declarou que foi dormir com a vítima morta dentro do seu apartamento. E, na noite de segunda-feira [25], ele retirou Rayssa do imóvel. Aí transportou o corpo da filha em caixa de papelão e utilizou um carrinho. E seguiu para a Avenida 23 de Maio, onde jogou o corpo numa vala existente na pista”, contou Ivalda.

A família chegou a denunciar o desaparecimento da jovem, mas, na manhã de terça-feira (26), o corpo da vítima foi encontrado carbonizado dentro de um vão no asfalto da Rua Asdrubal do Nascimento, que dá acesso à Avenida 23 de Maio.

Os policiais foram até a casa do genitor, mas ele não foi encontrado. Os agentes descobriram que ele teria dado dinheiro a um morador de rua para que comprasse gasolina. Assim, após matar Rayssa, ele incendiou o corpo e depois colocou os restos mortais no buraco.

Um vídeo obtido pela corporação mostrou o homem carregando uma caixa, em um carrinho de mudanças, onde estava o corpo de Rayssa. Veja abaixo:

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Wellington foi preso na terça-feira. Ele foi indiciado por homicídio triplamente qualificado por usar recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Ele também vai responder por destruição e ocultação de cadáver.

O homem passou por uma audiência de custódia na quarta-feira (27), quando teve a prisão preventiva, por tempo indeterminado, decretada pela Justiça. A defesa dele não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

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