A família do menino Arthur Barros da Silva, de 12 anos, denuncia que ele morreu após ser vítima de negligência médica, em Guarujá, no litoral de São Paulo. O garoto fraturou a perna direita enquanto jogava futebol em uma aula de educação física e buscou atendimento na rede pública de saúde, mas recebeu medicamentos e foi liberado. Dias depois o estado de saúde se agravou e ele não resistiu a um quadro de insuficiência respiratória aguda e tromboembolismo pulmonar.
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Conforme reportagem do site G1, o menino se machucou durante o jogo no último dia 25 de novembro e ficou dois dias reclamando de dor. Assim, foi levado pelos parentes até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Rodoviária, onde disseram que ele tinha sofrido apenas uma luxação, deram remédios e ele foi liberado.
“A UPA liberou o meu sobrinho avisando que não tinha fratura, que era uma simples luxação”, afirmou a tia do menino, Fabiana Barros Santana, de 37 anos.
O garoto continuava sentindo dores e, com o tornozelo bastante inchado, voltou à UPA. Só aí foi solicitada a transferência dele ao Hospital Santo Amaro (HSA), para ser avaliado por um ortopedista. Lá, após um raio-x ficou comprovado que ele tinha sofrido uma fratura na tíbia distal. A perna do menino foi imobilizada, ele recebeu remédios e mais uma vez foi liberado.
O quadro se agravou e, dois dias depois, Arthur foi até a UPA da Enseada, que o transferiu novamente para o HSA. Dessa vez, ele foi internado para avaliação com um médico vascular.
“No decorrer da madrugada, ele já vinha passando mal e eu pedi que a médica subisse pra avaliá-lo, mas ela falou que não iria porque ele já estava mais do que medicado. A médica não subiu e, na manhã do dia seguinte [27 de novembro], meu sobrinho veio a óbito”, lamentou a tia.
Denúncia
A família do menino registrou um boletim de ocorrência denunciando a negligência médica e buscou ajuda do advogado Airton Sinto. Ao G1, o defensor disse que vai entrar com uma ação na Justiça. “O caso traz traços claros de negligência médica, negligência de atendimento, de atenção ao ocorrido”, disse.
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“Estamos averiguando a situação [...]. O padrão que deveria ter sido adotado e não foi, e qual o nexo causal entre essa negligência e o evento óbito dessa criança”, ressaltou Sinto.
Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Guarujá informou que lamenta profundamente a morte do jovem e “presta condolências aos familiares”. Ainda segundo a administração municipal, o paciente foi prontamente atendido e medicado nas unidades de saúde. “Devido à fratura, foi encaminhado, por duas vezes, ao Hospital Santo Amaro. Contudo, foi aberto um processo administrativo para apuração”, afirmou.
Já o Hospital Santo Amaro disse que existe uma queixa formalizada na Ouvidoria da unidade com relação à médica citada. “Importante salientar que não há reclamação em relação ao serviço prestado pelo Hospital Santo Amaro”, informou.
“Em relação ao evento, o trâmite inicia com o caso seguindo para análise da Comissão de Óbito, com a queixa registrada no setor de ouvidoria anexada. Aguarda-se o resultado e, de acordo com o apontamento desta comissão, o caso segue à Comissão de Ética, para devidas providências. Tratam-se de comissões apropriadas para investigar o evento”, ressaltou a nota.
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