A greve unificada entre trabalhadores do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), realizada desde a madrugada desta terça-feira (28), causa vários transtornos em São Paulo (veja as linhas afetadas no fim do texto). Além de uma manhã com trânsito caótico, a população teve que enfrentar filas e ônibus lotados para seguirem seus trajetos. Em Santo André, no ABC Paulista, um passageiro revoltado com a situação brigou com um sindicalista.
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A confusão ocorreu na estação Prefeito Celso Daniel-Santo André, da Linha 10-Turquesa, da CPTM, que está totalmente paralisada. Um passageiro discutiu com um apoiador do sindicato, pegou o celular dele e jogou no chão. O homem foi contido por outras pessoas, conforme imagens registradas pela TV Globo. Não há informações se alguém se feriu.

Nos outros pontos da capital paulista, passageiros que precisaram recorrer aos ônibus também enfrentaram muitas filas. A SPTrans informou que opera com 100% da frota, além de contar com um reforço de mais 200 veículos, mas ainda assim houve bastante tumulto e lotação nos coletivos (veja o vídeo abaixo).
Por conta da greve, o Rodízio Municipal de Veículos, que hoje valia para carros com placas 3 ou 4, está suspenso durante todo o dia. Com isso, a Cidade de São Paulo registrou trânsito acima da média no início da manhã.
De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), por volta das 7h, eram registrados 340 km de filas, sendo que em um dia normal esse índice médio é de 266 km. Mas a situação piorou ainda mais por volta das 8h30, quando a lentidão atingiu os 581 km, ficando acima da média de 570 km.
Mesmo com a suspensão do rodízio, continuam valendo normalmente as demais restrições: Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC) e a Zona de Máxima Restrição ao Fretamento (ZMRF); e as proibições de circulação de veículos nas faixas e corredores de ônibus, conforme a sinalização.
Nas redes sociais, passageiros reclamaram dos transtornos causados pela greve. Apesar disso, alguns julgaram dignas as preocupações dos trabalhadores, que protestam contra a política de privatizações do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Além disso, eles também questionam cortes no orçamento da Educação.
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O que dizem o governo e o sindicato?
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, criticou a greve durante entrevista coletiva, na manhã desta terça-feira, e reafirmou que continuará com seus estudos sobre privatizações.
“As desestatizações, os estudos para concessões, não vão parar, não adianta fazer greve com esse mote. Nós vamos continuar tocando porque nós dissemos que faríamos isso. E a operação da Sabesp vai acontecer ano que vem, podem ter certeza disso, e vai ser um grande sucesso”, afirmou o governador.
Tarcísio estava acompanhados de representantes do Metrô, CPTM e Sabesp. “Lamento dizer, mas nós não vamos deixar de trabalhar, não vamos deixar de cumprir aquilo que nós nos programamos a fazer. Não adianta fazer greve, não tem o que ser negociado, não tem acordo, o governo vai continuar a fazer desestatizações e eles vão continuar discordando.”
Apesar das alegações do governador, os sindicatos alegam que a greve é um movimento político-trabalhista, pois a privatização dos serviços causará perdas de emprego. Um documento assinado por dezenas de entidades e movimentos sociais, no último dia 24, foi encaminhado ao governador e ao prefeito da Capital, Ricardo Nunes (MDB), afirmando que o ato “contra a tentativa de privatização da Sabesp, Metrô e CPTM” representa “pautas legítimas e de interesse do povo paulista”.
O Sindicato dos Metroviários pede que seja feito um plebiscito oficial sobre a privatização dos serviços públicos. Também sugere que seja suspensa a tramitação do projeto de lei sobre a Sabesp para que haja um debate público.
Veja quais as linhas afetadas pela greve:
Metrô:
- Linha 1- Azul: funcionando de Tiradentes até Ana Rosa
- Linha 2- Verde: Ipiranga até Clínicas
- Linha 3-Vermelha: Bresser até Santa Cecília
- Linha 15- Prata: fechada
CPTM:
- Linha 7- Rubi: funcionando de Luz a Caieiras com intervalo de 8 minutos
- Linha 10- Turquesa: Paralisada nas primeiras horas da manhã, mas funciona entre as estações Brás e Mauá desde as 10h. Funcionamento pode sofrer alterações a partir das 15h
- Linha 11-Coral: Luz até Guaianases com intervalo de 6 minutos
- Linha 12- Safira: funcionamento integral com intervalo de 8 minutos
- Linha 13- Jade: funcionamento integral com intervalo de 30 minutos
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