A Justiça do Rio de Janeiro concedeu a liberdade provisória ao estudante de medicina Yuri de Moura Alexandre, que estava preso por agredir o ator Victor Meyniel em um prédio em Copacabana, no Rio de Janeiro, no último dia 2 de setembro. Em audiência de custódia, realizada na quarta-feira (8), o juiz determinou que o acusado use tornozeleira eletrônica e siga outras restrições.
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O magistrado Flávio Itabaiana de Oliveira destacou que a prisão não se faz mais necessária, já que Yuri é estudante, tem residência fixa, é réu primário. “Não apresenta histórico de agressões, de ofensas e nem de envolvimento em qualquer tipo de confusão (...) Tudo indicando, assim, que sua liberdade não oferece risco à sociedade”, escreveu ele na decisão.
Yuri estava preso desde setembro. Agora, seguirá respondendo ao caso em liberdade, mas não pode se ausentar do país e deve manter distância do ator.
A defesa do estudante não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.
Relembre o caso
O ator Victor Meyniel foi brutalmente agredido na portaria de um prédio em Copacabana, no Rio de Janeiro, pelo estudante de medicina, no dia 2 de setembro passado. Nas imagens também é possível ver que o porteiro assistiu a toda a cena, sem prestar nenhum tipo de ajuda (veja abaixo). O rapaz afirma que o motivo das agressões foi homofobia.
O ator contou que conheceu o estudante de medicina na boate Substantion Clube, em Copacabana. De lá, os dois seguiram para o apartamento Yuri, que mudou de comportamento após a chegada de uma amiga.
“Até então estava tudo tranquilo. A gente estava no sofá, não rolou nada além de beijo. A chegada da amiga dele, ele falou que tinha uma amiga que estava vindo do plantão, virou uma chave nele que eu não tinha entendido o que estava acontecendo. Eu senti o ambiente hostil”, comentou Victor, em entrevista à TV Globo.
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O ator disse que, em seguida, o estudante o expulsou do apartamento com empurrões. Ele desceu pelo elevador e, quando chegou até a portaria, voltou a encontrar Yuri, que o atacou. “Eu só lembro de ele não verbalizar nada e num ataque de fúria me colocar no chão e me socar”, relatou a vítima.
As imagens mostram que, enquanto o ator era agredido, o porteiro estava sentado ao lado e observava tudo, sem esboçar nenhuma reação. Só depois de alguns minutos ele teria avisado o síndico, que chamou a polícia.
Na ocasião, Yuri foi preso em flagrante. Ao ser detido, o rapaz se identificou como médico da Aeronáutica, o que foi desmentido pela polícia. Assim, ele também responde pelo crime de falsidade ideológica.
Já o porteiro Gilmar José Agostini foi autuado por omissão de socorro. Ao prestar depoimento, o homem disse que não reagiu, pois “não gosta de se meter na vida dos outros nem dos vizinhos”.
Homofobia
Para o ator, a motivação do ataque foi homofobia e ressaltou que as pessoas que enfrentam esse tipo de situação precisam denunciar.
“Existe o ato de injuria racial, homofóbica, gênero. Existe e tá na nossa cara. Existe, é crime e dá prisão. Ontem foi meu aniversário e é um presente poder estar conversando aqui (...) não se omitam, é questão de uma ajuda”, orientou Victor.
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