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Sobe para oito o número de mortes causadas pela chuva em SP; 200 mil imóveis seguem no escuro

Oitava vítima estava internada em Ibiúna depois de ser atingida por uma árvore, mas não resistiu

Houve sete mortes e ainda há regiões sem energia
Chuva forte da última sexta-feira (3) ainda causa transtornos aos moradores em São Paulo (Reprodução/Twitter)

A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros confirmaram a oitava morte em decorrência do temporal que atingiu São Paulo na última sexta-feira (3). A vítima estava internada na cidade de Ibiúna, no interior paulista, depois que foi atingida por uma árvore, mas não resistiu aos ferimentos. Quatro dias após a forte chuva, moradores ainda sentem os efeitos e cerca de 200 mil imóveis seguem sem energia elétrica (veja mais detalhes mais abaixo).

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O temporal teve ventos que chegaram a 100 km/h. As autoridades informaram que foram registrados mais de dois mil chamados para ocorrências relacionadas às chuvas, principalmente sobre mais de cem quedas de árvores, em 40 municípios paulistas.

Das outras sete mortes, duas ocorreram na Avenida Eduardo Sabino de Oliveira, na Zona Leste da Capital, depois que uma árvore caiu sobre veículos.

Já em Osasco, na Grande São Paulo, uma morte foi registrada depois que uma árvore caiu sobre um muro e atingiu um carro na Avenida Luís Rink. Já em Santo André, no ABC Paulista, a parede de um prédio em construção caiu do 18º andar e matou uma pessoa que caminhava pela Rua Mendes Leal.

Em Suzano, uma árvore caiu e matou uma pessoa na Avenida Antônio Marques Figueira, na Vila Alzira. Já em Limeira, no interior paulista, um muro desabou em função dos fortes ventos e atingiu uma vítima, que também não resistiu.

A última morte ocorreu em Ilhabela, no litoral norte, depois que uma embarcação naufragou. Dois tripulantes foram socorridos, mas um terceiro não resistiu.

Chuvas causaram estragos por São Paulo deixando seis mortos
Temporal resultou na morte de oito pessoas em SP, segundo a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros Imagem: reprodução Agência Brasil/Marcelo Camargo

Moradores no escuro

Cerca de 200 mil imóveis seguiam sem energia até a manhã desta terça-feira (7), conforme um balanço divulgado pela Enel. A previsão da companhia é que a situação seja normalizada até o fim do dia de hoje.

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No total, a Enel informou que 2,1 milhão de consumidores foram afetados após o temporal, sendo que 90% desse montante já voltou a ter o fornecimento.

A falta de energia também ainda afeta o abastecimento de água nas cidades de Cotia, Jandira, Vargem Grande Paulista e Pirapora do Bom Jesus. Segundo a Sabesp, os reservatórios já estão em recuperação em Osasco.

Na segunda-feira (6), o diretor-presidente da Enel, Max Xavier Lins, disse em uma entrevista coletiva que a companhia vai estudar formas de ressarcir os consumidores que tiveram prejuízos por conta da falta de energia ao longo desses dias, mas não deu detalhes de como isso vai funcionar na prática.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito da Capital, Ricardo Nunes (MDB), participaram de uma reunião na segunda-feira para cobrar planos das concessionárias, para evitar que esse tipo de situação ocorra.

“Os concessionários ficaram com um prazo de 30 dias para estudar essa questão. Vamos verificar o que pode ser feito em termos de providência de que forma esses consumidores podem ser assistidos”, afirmou o governador durante o encontro.

A prefeitura disse que, por conta das chuvas, foram registradas 213 quedas de árvores só na Capital e ressaltou que a concessionária é responsável por fazer essa poda nas áreas próximas aos fios.

Já Tarcísio destacou que o governo vai estudar a possibilidade de mandar um projeto de lei para a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para fazer um manejo arbóreo no estado.

Investigação

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) informou que vai investigar se houve omissão por parte da Enel, que resultou na demora no restabelecimento da energia em São Paulo. A Defensoria Pública também enviou um ofício à companhia pedindo esclarecimentos sobre interrupção de energia elétrica.

Já a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ressaltou que os processos de fiscalização do trabalho das concessionárias já teve início e, se identificadas falhas, as empresas poderão ser multadas.

“Temos que ter em perspectiva que o evento que estamos tratando foi completamente atípico, que é reconhecido na regulação como um evento critico. Em situações como essas, a distribuidora de energia tem alguma isenção de responsabilidade, mas não toda”, destacou Sandoval de Araújo Feitosa Neto, diretor-geral da Aneel.

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