O guia turístico Mario Fishben, que é brasileiro e mora em Israel, lamentou a falta de notícias sobre a sobrinha Celeste Fishbein, de 18 anos, que estaria sendo feita refém pelo Hamas. Segundo ele, os indícios apontam que a jovem estaria na Faixa de Gaza, por conta do localizador do celular dela, mas ainda não houve nenhuma informação oficial.
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“Eles não cedem nenhuma informação, absolutamente nada. Nem quantas pessoas estão lá, nem a situação delas, seja bebês, crianças ou adultos. Nem o governo de Israel tem a menor ideia de onde estão localizados ou a situação deles, vivos ou mortos”, disse o brasileiro, em entrevista ao UOL News.
“Muitos países têm reféns, não só israelenses. Não sabemos se Celeste estará viva ou morta. Ninguém sabe isso. Pode ser que tenham assassinado ela e levado o corpo dela para algum lugar. Não sabemos porque ninguém pode entrar em Gaza”, lamentou o tio.
Celeste trabalhava como cuidadora de crianças em uma escola infantil no Kibutz Be’eri, uma comunidade agrícola que fica nas proximidades da Faixa de Gaza. Ela estava em casa com o namorado quando a guerra começou, no último dia 7, e logo depois parou de responder às mensagens dos parentes.
A família dela, formada por judeus brasileiros, se refugiou em um bunker e foi resgatada por soldados israelenses horas após o início do conflito. Quando eles puderam sair, não encontraram mais Celeste e o namorado dela, que também ainda segue desaparecido. A casa em que viviam estava completamente destruída.
Sem notícias de Celeste ao longo dos dias, os parentes a procuraram entre os mortos, mas ela não estava entre os corpos já identificados. Logo depois, o Exército israelense teria informado que o celular da jovem apontava que ela estava em Gaza e, assim, tudo indica que ela está sob o poder do Hamas.
“Sabemos que o telefone dela está lá em Gaza. Não localizaram o telefone em si, localizaram o último sinal do telefone. Mas isso não quer dizer nada, o telefone pode estar em um lado e ela pode estar em outro”, explicou o tio.
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“Não temos nenhuma referência ou indicação como ela está ou como todos os reféns estão. Eles não passam nenhuma informação sobre ninguém”, lamentou Fishben.

Guerra na Faixa de Gaza
O Hamas, grupo extremista que controla a Faixa de Gaza, atacou Israel em várias frentes, no último dia 7 de outubro, dando início a um conflito sem precedentes. Inicialmente, civis e soldados israelenses foram sequestrados e assassinados em diversas regiões do país. Em resposta, o governo israelense declarou guerra e bombardeou fortemente a área rival, deixando um enorme rastro de destruição, conforme vídeos que circulam nas redes sociais.
Israel bloqueou a passagem de alimentos, água, combustível e medicamentos para a Faixa de Gaza e a única usina de energia da região parou de funcionar. A situação é de calamidade na região e os homens do Hamas estariam com pelo menos 199 reféns.
Um grupo de brasileiros que está na região pediu ajuda ao Itamaraty para deixar a área de conflito. São 28 pessoas, divididas em dois grupos, que aguardam a abertura da fronteira com o Egito. Até o início da tarde desta segunda-feira (16), no entanto, essa passagem continuava fechada e não havia previsão de quando seria reaberta.
Segundo o último balanço, divulgado no domingo (15), pelo menos 4.070 pessoas já morreram por causa do conflito, sendo 2.670 na Faixa de Gaza e 1,4 mil em Israel.
Três brasileiros que participavam de uma festa rave, nas proximidades da Faixa de Gaza, quando o Hamas iniciou o ataque, ficaram alguns dias desaparecidos e depois tiveram suas mortes confirmadas.

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