Cientistas israelenses alcançaram um marco impressionante na pesquisa médica ao criar um embrião humano sintético em laboratório que pode sobreviver fora do útero, tudo isso sem a necessidade de espermatozoides ou óvulos. Esse modelo de ?embrião? foi desenvolvido usando células-tronco e, surpreendentemente, comporta-se como um embrião humano real após duas semanas de desenvolvimento.
Essa criação liberou as mesmas hormonas que um embrião humano real, resultando até em um teste de gravidez positivo, de acordo com os pesquisadores envolvidos. Esse avanço pode abrir portas para estudos revolucionários sobre o desenvolvimento inicial de embriões, algo que normalmente não é estudado por questões éticas e legais.
O Professor Jacob Hanna, do Instituto Weizmann de Ciência, explicou a importância dessa descoberta: ?O drama está no primeiro mês, os oito meses restantes de gravidez são principalmente de crescimento. Mas esse primeiro mês ainda é amplamente desconhecido. Nosso modelo de embrião humano derivado de células-tronco oferece uma maneira ética e acessível de espiar essa caixa preta. Ele imita de perto o desenvolvimento de um embrião humano real, especialmente a formação de sua arquitetura delicada.?
Contornando problemas legais
É importante notar que, atualmente, a pesquisa em embriões humanos reais não é legal no Reino Unido, o que torna esse modelo de embrião sintético uma ferramenta valiosa para cientistas que desejam estudar o desenvolvimento embrionário.
Os pesquisadores em Israel não são os únicos a explorar essa área. Um grupo rival na Universidade de Cambridge já havia demonstrado anteriormente que modelos de embriões poderiam ser criados a partir de células-tronco de ratos. Em junho, os pesquisadores de Cambridge anunciaram a criação de um modelo de embrião de 14 dias a partir de células-tronco humanas. No entanto, essa descoberta recente é a primeira a passar por revisão por pares e foi publicada na revista médica Nature.
A esperança dos pesquisadores é que esse modelo possa levar a descobertas que ajudem a melhorar o sucesso das gestações no futuro. O Professor Hanna afirmou: ?Muitas falhas de gravidez ocorrem nas primeiras semanas, muitas vezes antes mesmo de a mulher saber que está grávida. É também quando muitos defeitos congênitos se originam, embora tendam a ser descobertos muito mais tarde. Nossos modelos podem ser usados para revelar os sinais bioquímicos que garantem o desenvolvimento adequado nessa fase inicial e as formas pelas quais esse desenvolvimento pode dar errado.?

