A Polícia Civil diz que o médico Gabriel Paschoal Rossi, de 29 anos, que foi encontrado sem vida e com sinais de violência em uma casa em Dourados, em Mato Grosso do Sul, estava envolvido em um esquema de estelionato. As investigações apontam que ele foi morto ao cobrar dívidas de Bruna Nathalia de Paiva, que foi presa suspeita de envolvimento no homicídio.
Além da mulher, também foram presos Gustavo Kenedi Teixeira, Guilherme Augusto Santana e Keven Rangel Barbosa. Eles foram localizados em Pará de Minas, em Minas Gerais, na segunda-feira (7), durante uma operação.
De acordo com o jornal “O Globo”, o delegado Erasmo Cubas explicou que o médico era amigo de Bruna e era ela quem fazia a intermediação dele com o esquema de estelionato, no qual ele recebia documentos, fazia saques e tinha retorno financeiro.
“Ele [Rossi] fazia parte da fraude de cartões e de benefícios de pessoas mortas. Para isso, pegava documentos de terceiros, usava sua foto, e ia até o banco fazer saques, e depois repassava para a quadrilha”, explicou o delegado.
Uma dessas ações fraudulentas gerou uma quantia alta de dinheiro, cerca de R$ 500 mil, que a suspeita não quis repassar o pagamento combinado a Rossi. Assim, ao ser cobrada, ela teria planejado a morte para deixar de ser pressionada.
Ainda conforme o delegado, Bruna morava em Minas Gerais, mas alugou uma casa em Dourados (MS), onde estava acompanhada dos outros três suspeitos. A polícia acredita que ela planejou ficar na cidade por apenas dois dias para colocar o plano em prática, mas locou o imóvel por mais tempo, já com o intuito de deixar o corpo do médico lá dentro por mais tempo.
O investigador disse, ainda, que Bruna não teria praticado o ato em si, mas foi a mandante. Os exames de necrópsia apontaram que a vítima teve um objeto pontiagudo inserido na garganta e que agonizou pelo menos por 48 horas até morrer. Além disso, outros objetos foram achados no local, o que indica que Rossi foi submetido a uma sessão de tortura.
Os quatro presos foram transferidos de Minas Gerais para o Mato Grosso do Sul, onde seguirão à disposição da Justiça. As defesas deles não foram encontradas para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

Relembre o caso
Rossi tinha sido visto pela última vez no dia 26 de julho, quando deixou o plantão no Hospital da Cassems, em Dourados (MS). Como não entrou mais em contato, os parentes registraram um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento no dia seguinte. Assim, as buscas começaram.
O corpo, no entanto, só foi achado na manhã do último dia 3 de agosto, depois que uma mulher ligou para a polícia, denunciando que um HB20 estava parado na frente do portão de uma casa, no bairro Vila Hilda, há uma semana. Ela disse que olhou dentro do veículo e viu um jaleco pendurado em um banco. Ao se aproximar da janela da casa, disse que sentiu um cheiro forte e notou muitas moscas.
Assim, policiais foram até o local, onde encontraram o corpo do médico em um cama, já em estado de decomposição. Além de alguns ferimentos na cabeça, ele estava com as mãos e pés amarrados e tinha marcas de estrangulamento.
Rossi era natural do Rio Grande do Sul, mas se formou em medicina em março deste ano pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Desde então, trabalhava no Hospital Cassems, além do Hospital Vida e da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Dourados.
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