O empresário Paulo Cupertino, acusado de matar o ator Rafael Miguel e seus pais, foi condenado pela Justiça de São Paulo por usar uma Carteira Nacional de Motorista (CNH) falsa. O juiz Rodrigo Cesar Muller Valente, da 2ª Vara Criminal, no Fórum da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo, definiu a pena em dois anos de prisão em regime aberto e o pagamento de multa de 10 dias.
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Conforme a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), o empresário falsificou a CNH usando a foto dele ilegalmente junto com o nome e dados pessoais de um outro motorista. O documento foi encontrado com ele no momento em que foi preso, em maio de 2022, em um hotel na Zona Sul da Capital, após passar três anos foragido.
Cupertino, que ainda aguarda a data do júri popular pelas mortes do ator e seus pais, ocorridas em junho de 2019, admitiu ao ser interrogado pelo magistrado, no último dia 31, que falsificou o documento para não ser encontrado pela polícia.
Por não se tratar de falsificação de documentos e não um crime contra a vida, o magistrado definiu a pena a ser cumprida em regime aberto. No entanto, ele segue preso preventivamente no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarulhos, na Grande São Paulo, em função dos assassinatos.
A defesa do empresário não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.
Júri popular
De acordo com a acusação, Cupertino cometeu os assassinatos na frente da casa onde a filha dele, Isabela Tibcherani, morava com a mãe, no bairro Pedreira, Zona Sul de São Paulo, no dia 9 de junho de 2019. Segundo a acusação, o empresário chegou armado e atirou em Rafael Miguel e contra os pais dele, João Alcisio Miguel e Miriam Selma Miguel. A motivação foi porque ele não aceitava o namoro de sua filha com o ator.
Cupertino é acusado de triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.
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Dois amigos do empresário, que são acusados de ajudá-lo durante o período em que ficou foragido, também respondem a processos. Eles poderão pedir que os julgamentos deles ocorram em separado.
Passado criminoso
O assassinato de Rafael Miguel e seus pais não foi o primeiro crime de Cupertino. Em 1993, ele foi preso em Santos, no litoral de São Paulo, após participar de um assalto a um carro forte com outros comparsas, todos armados com metralhadoras, de acordo com notícia publicada pelo jornal “A Tribuna” à época.
No assalto, a quadrilha roubou Cr$ 2,5 bilhões do carro que transportava o dinheiro para o pagamento dos trabalhadores do porto de Santos. Os assaltantes usaram um carro e duas motos para a fuga. Na fuga, a moto de Cupertino foi deixada para trás e ele pediu depois a um comparsa que não estava ligado ao assalto para prestar queixa do roubo da moto, em uma tentativa de reavê-la.
O comparsa chegou a ir à polícia, mas pressionado pelos investigadores acabou revelando o verdadeiro dono do veículo e seu paradeiro. Ele foi preso logo depois. O carro usado na fuga foi encontrado no litoral. Ele havia sido roubado em São Caetano do Sul dias antes do crime.
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