A pedagoga Monique Medeiros, que é ré por tortura e homicídio contra o filho, Henry Borel, de 4 anos, voltou a ser presa e deve passar por uma audiência de custódia nesta sexta-feira (7). A medida ocorreu depois que Leniel Borel, pai da criança e integrante da acusação, recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma mensagem enviada a uma amiga, divulgada pelo jornal “RJ2″, da TV Globo, ela falou sobre o ódio que sente do ex-companheiro.
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“Amiga, que homem desgraçado, cara. Olha... Meu Deus... Se eu encontro ele na rua, não sei o que eu faço não. Juro. Gosto nem de pensar. Ele é pior que o MP porque ele só quer vingança. Esse homem. É ódio puro no coração dele. Tinha que morrer, infartar, ter um câncer”, diz Monique no áudio, reproduzido pelo site G1.
Leniel Borel recorreu ao STF informando que a pedagoga descumpriu medidas cautelares impostas pela Justiça, como o afastamento total das redes sociais. Ele contratou um oficial de cartório, que passou a monitorar os perfis de Monique e comprovar que ela seguia postando ativamente. A defesa dela, no entanto, nega.
Assim, o ministro Gilmar Mendes, do STF, analisou o recurso de Leniel Borel e determinou, na quarta-feira (5), a volta dela à prisão. A pedagoga se entregou ao 16º Distrito Policial da Barra da Tijuca, na manhã de quinta-feira (6), e depois foi levada ao Presídio de Benfica.
A defesa dela destacou que vai recorrer novamente contra a prisão.

Acusações
Monique e o ex-vereador Dr. Jairinho são acusados pela morte do menino Henry Borel, filho dela e enteado dele, respectivamente, ocorrida em março de 2021. No fim do mês passado, a Justiça do Rio de Janeiro manteve a decisão de mandar a dupla a júri popular e ainda adicionou mais crimes à denúncia contra o casal.
Na ocasião, os desembargadores da 7ª Câmara Criminal negaram um pedido de liberdade para Jairinho, que segue preso. No entanto, ele conseguiu retirar da acusação o motivo torpe. Assim, agora o ex-vereador responde por homicídio qualificado com emprego de tortura e recurso que impossibilite a defesa da vítima, além de coação de testemunhas no curso do processo.
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Já Monique, que estava em liberdade e respondia por homicídio e omissão, passou a ser acusada por homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima; tortura por omissão relevante e coação de testemunhas no curso do processo. Agora, voltou a ser presa.

Morte de Henry Borel
Na madrugada do dia 8 de março de 2021, o garoto Henry Borel, de 4 anos, de entrada em um hospital na Zona Oeste do Rio de Janeiro inconsciente e foi considerado morto momentos depois.
Ele estava no apartamento em que sua mãe, Monique Medeiros, morava na companhia de seu padrasto, o ex-vereador Dr. Jairinho. Segundo o casal, o menino teria sofrido um acidente doméstico, ou melhor, tinha caído da cama, que gerou hemorragia e as lesões que levaram à sua morte.
Após uma intensa investigação e a análise realizada pelos médicos, ficou comprovado que a causa da morte de Henry foi hemorragia interna com laceração hepática no fígado em decorrência de uma ação empregada por força violenta.
Monique e Jairinho foram presos logo depois. Em depoimento, o ex-vereador negou o crime. A mulher chegou a alegar que vivia um relacionamento abusivo e que não tinha ciência de que o filho era agredido pelo padrasto. No entanto, mensagens enviadas à ela pela babá do garoto mostraram que ela sabia sim que o homem costumava agredir a vítima.
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