O casal suspeito pelo rapto da menina Isabela, de 1 ano e 11 meses, levada na região de Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo, prestou depoimento à polícia na quinta-feira (6). A dupla alegou que não pretendia ficar com a criança e que a tirou da mãe por suspeitar de maus-tratos. No entanto, os dois acabaram indiciados pelo crime de sequestro.
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O homem, de 37 anos, e a mulher, de 48, afirmaram que a intenção deles era levar Isabela a um Conselho Tutelar em Santo André, que funcionaria 24 horas por dia, por temer que a menina sofresse maus-tratos da família. No entanto, com a repercussão do caso, desistiram e a deixaram em um comércio na cidade.
O delegado Marcel Druziani, responsável pelas investigações, destacou que a mulher disse que o pai biológico da menina morava na Bahia e viria buscá-la, por isso, ela decidiu agir com medo de que a menina seguisse sendo mal cuidada.
No entanto, o investigador afirma que, tudo indica, que o casal planejava uma adoção ilegal. A dupla ainda teria tido ajuda de uma terceira pessoa, que também é investigada.
“Tudo leva a crer que seria pra adoção, talvez, muito nos leva a crer isso. É um casal e mais uma pessoa que ajudou. Essa outra mulher estava no banco de trás do carro e foi quem recepcionou a criança no banco caseiro”, contou o delegado.
Após o depoimento, o casal foi liberado. Os dois vão responder em liberdade por sequestro, que tem pena prevista de 2 a 5 anos de prisão. Após a conclusão do inquérito, o caso será remetido ao Ministério Público, que avaliará se dará seguimento à denúncia.
A defesa do casal não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem. Ao portal “Metrópoles”, o advogado Wanderlei Junior disse que eles “não são más pessoas”.
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“Eles não são bandidos, não são sequestradores. São pessoas do bem. Infelizmente teve esse fato, não posso dizer mal-entendido, que vai ser esclarecido”, afirmou o defensor.
Relembre o caso
A mãe de Isabela contou à polícia inicialmente que vendia balas em um semáforo na região de Santo Amaro, por volta das 22h da última sexta-feira, quando um Celta sedan cinza se aproximou e os ocupantes levaram a criança.
O delegado Marcel Druziani afirmou, logo no início das investigações, que a mãe deu informações divergentes sobre o sumiço da filha e pediu cautela no caso. Depois, em entrevista ao site G1, ele revelou que a mãe mudou a versão e revelou que foi se encontrar com a mulher, que dizia se chamar Sandra, apontada como a principal suspeita pelo sequestro.
Druziani contou, ainda, que os pais de Isabela são da Bahia e estão em São Paulo há cinco meses. “A senhora trabalha vendendo balas na região de Santo Amaro, para ajudar nos gastos da família. Passou a conhecer uma pessoa de nome Sandra. E muito amável foi se aproximando, oferecendo vantagens, fraldas, alimentos, roupas e ganhando a confiança da senhora”, disse.
Assim, a mulher combinou de se encontrar com Evanisa na sexta-feira prometendo uma cesta básica, quando a menina foi levada. Uma testemunha relatou que a suspeita estava junto com os criminosos.
Isabela foi encontrada na noite de segunda-feira (3), em Santo André, no ABC Paulista. Ela foi deixada por um homem em um comércio, quando o comerciante a reconheceu do noticiário e acionou a Polícia Militar. Depois do resgate, a criança foi devolvida aos pais.
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