O comerciante Sidnei Miranda Barbosa, dono de um estabelecimento em Santo André, no ABC Paulista, foi quem chamou a Polícia Militar na noite de segunda-feira (3) ao reconhecer a menina Isabela, que foi sequestrada na Zona Sul de São Paulo. Segundo ele, um homem deixou a criança no local e disse que a tinha encontrado na rua.
ANÚNCIO
“Eu nem fiquei olhando para rapaz, eu fiquei olhando pra criança. Aí foi na hora que caiu a ficha: ‘essa criança apareceu na televisão’”, relatou Barbosa em entrevista à TV Globo, reproduzida pelo site G1.
O comerciante destacou que não conhece o homem e que ele alegou que não tinha que seguir com a menina, pois iria trabalhar.
“Nunca tinha visto ele. Ele estava com um traje que ele ia trabalhar, com roupa que ele estava indo trabalhar de segurança, pelo jeito que ele estava, jaqueta, bonezinho. E ele falou ‘eu não posso ficar porque eu vou ter que trabalhar, senão eu vou chegar atrasado’. Eu falei ‘tudo bem, você pode ir então que eu me viro por aqui’”, relatou.
Na sequência, o comerciante pediu ajuda para a veterinária Carolina de Souza Martins, que acolheu a menina até a chegada dos policiais. “Eu estendi os braços pra ela, ela veio, eu conversei com ela, mas ela não responde porque ela tem dois anos, ela não sabe falar, e falei pra ele ‘eu vou levar ela pra minha casa’ porque estava frio e a roupa dela estava curta”, relatou.
Um vídeo divulgado pelo “Jornal da Band”, da TV Bandeirantes, mostrou o momento em que os pais se reencontraram com Isabela. Veja abaixo:
O sequestro
A mãe de Isabela, Evanisa Vieira da Silva, de 35 anos, contou à polícia inicialmente que vendia balas em um semáforo na região de Santo Amaro, por volta das 22h de sexta-feira (30), quando um Celta sedan cinza se aproximou e os ocupantes levaram a criança. Desde então, a menina era procurada.
ANÚNCIO
O delegado Marcel Druziani, responsável pelas investigações, disse que a mãe deu informações divergentes sobre o sumiço da filha e pediu cautela no caso. Depois, em entrevista ao site G1, ele revelou que a mãe mudou a versão e revelou que foi se encontrar com uma mulher, chamada “Sandra”, que é apontada como a principal suspeita pelo sequestro.
“Talvez, em um primeiro momento, seja adoção ilegal, mas não é descartada possibilidade de tráfico para qualquer outro fim”, afirmou o delegado.
Druziani contou, ainda, que os pais de Isabela são da Bahia e estão em São Paulo há cinco meses. “A senhora trabalha vendendo balas na região de Santo Amaro, para ajudar nos gastos da família. Passou a conhecer uma pessoa de nome Sandra. E muito amável foi se aproximando, oferecendo vantagens, fraldas, alimentos, roupas e ganhando a confiança da senhora”, disse.
Assim, a mulher combinou de se encontrar com Evanisa na sexta-feira prometendo uma cesta básica, quando a menina foi levada no Celta cinza. Uma testemunha relatou que “Sandra” estava junto com os criminosos.
Como conheceu a suspeita na rua, a mãe de Isabela diz que não tem nenhum contato dela. “A mãe não tem endereço nem telefone da Sandra.”
O investigador também descartou o envolvimento da família no sumiço, mas ressaltou que as investigações continuam para descobrir o que, de fato, aconteceu com a menina.
LEIA TAMBÉM: