Refugiados que estão no Brasil recebem uma ajuda importante para conseguir a inserção no mercado de trabalho. Um projeto realizado em parceria entre a Vagas.com e a ACNUR - agência das Nações Unidas para os refugiados - oferece orientações sobre a elaboração de currículos e como eles podem conseguir um emprego.
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Entre os beneficiados está Luís Acevedo, que é natural de Calabozo, na Venezuela. Em abril de 2018, chegou em Pacaraima (RR) com a expectativa de encontrar melhores condições de vida e de trabalho. Pouco tempo depois partiu para Boa Vista (RR), onde foi acolhido pela Igreja Caritas, que presta ajuda a pessoas vindas de outros países.
Para garantir seu sustento, começou a fazer serviços de capinagem. No entanto, em outubro de 2022, saiu de Roraima com destino a Porto Alegre, por meio da estratégia de interiorização do governo federal brasileiro.
Em dezembro daquele ano participou do workshop oferecido pelo projeto. Como não tinha experiência com computador, Luís foi orientado a montar o currículo pelo próprio celular. Em menos de um mês depois do curso, foi chamado para uma entrevista e, em janeiro deste ano, começou a trabalhar na empresa Gocil Segurança e Serviços, com carteira assinada e todos os benefícios.
“Participei com uma amiga do workshop para aprender a preencher meu currículo e me adequar às oportunidades de emprego neste país. Naquele dia estive muito atento ao treinamento e consegui realizá-lo plenamente, conseguindo preencher meu currículo na plataforma Vagas.com. No fim de dezembro fui chamado para minha entrevista, que foi realizada por telefone”, recorda ele.
“No mesmo dia me deram um link para baixar e preencher meus dados e informações. Com o passar do tempo, me ligaram para outro dia ir pessoalmente à entrevista. Em janeiro comecei a trabalhar com minha carteira assinada e todos meus benefícios”, completou Luis.
José Iraquí, de 32 anos, é outro venezuelano inserido no mercado de trabalho. Ele está no Brasil há cinco meses, também em busca de dias melhores. O refugiado participou do workshop promovido em São Paulo. Depois do aprendizado, resolveu se candidatar em algumas oportunidades de emprego e conseguiu sua primeira chance: foi contratado como açougueiro em uma loja de carnes na capital paulista.
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“É um recomeço. Como estou aqui há pouco tempo, preciso ainda me familiarizar com a cultura, costumes e idioma. A experiência tem sido muito válida e estou feliz por poder trabalhar novamente”, conta o refugiado.

O projeto
Desde outubro do ano passado, quando foi realizado o primeiro treinamento, cerca de 150 pessoas vindas, principalmente, da Venezuela e Afeganistão, passaram por um workshop. Foram promovidas versões on-line e presenciais nas cidades de Boa Vista (RR), Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP). Os treinamentos são ministrados em português, espanhol e inglês.
“Essa parceria é uma iniciativa do Coletivo, pilar de Diversidade, Equidade e Inclusão da Vagas. Agora teremos a continuação do trabalho, que é conversar com nossas empresas clientes, para dar a visibilidade de que elas podem acessar facilmente os currículos das pessoas que realizaram os workshops. Afinal, o resultado que buscamos não é apenas ensinar essas pessoas refugiadas a criarem seus currículos, mas sim, acima de tudo, que elas consigam boas oportunidades de trabalho”, explica Renan Batistela, especialista em Diversidade, Equidade e Inclusão na Vagas e idealizador do projeto.
“Nos workshops, pedimos para que as pessoas refugiadas coloquem em seus currículos uma hashtag personalizada. Depois, divulgamos essa hashtag para as nossas empresas clientes e, caso as empresas queiram acessar os currículos dessas pessoas, basta que elas apliquem a hashtag na triagem do nosso software Vagas For Business para encontrar os currículos dessas pessoas facilmente”, completa.
De acordo com Vanessa Tarantini, assessora de Soluções Duradouras do ACNUR, os workshops proporcionaram momentos de muita troca e aprendizado. “Acreditamos que esse material e esses workshops podem aumentar as chances de contratação no Brasil, ampliando a autossuficiência, qualidade de vida e garantindo mais acesso das pessoas refugiadas ao mercado formal de trabalho”.