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Chacina no DF: uma das vítimas tinha extensa ficha criminal e conhecia um dos assassinos; entenda

Dez integrantes da mesma família foram mortos; advogado diz que motivação foi disputa por terras

Caso segue em investigação

A Polícia Civil continua a investigar a chacina que matou 10 pessoas da mesma família no Distrito Federal. Conforme informações da TV Globo, Marcos Antônio Lopes de Oliveira, de 54 anos, que está entre as vítimas, tinha vários antecedentes criminais e, inclusive, chegou a cumprir pena na Penitenciária da Papuda, em Brasília. No local, ele conheceu Gideon Batista de Menezes, um dos cinco presos suspeitos pelos homicídios.

Segundo a reportagem, no total, Marcos Antônio respondeu a 11 inquéritos policiais. Ele foi condenado em quatro deles por crimes como roubo, furto e associação criminosa.

Na quinta-feira (26), o corpo do homem e do filho, Thiago Gabriel Belchior, de 30 anos, também vítima da chacina, foram enterrados no Cemitério Campo da Esperança, na região do Gama.

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No total, 10 pessoas da mesma família desapareceram e foram encontradas mortas. Algumas foram sequestradas e depois tiveram seus corpos carbonizados. Uma estava enterrada parcialmente esquartejada e o restante foi achado dentro de uma cisterna. A polícia acredita que os crimes ocorreram entre os dias 12 e 15 deste mês.

Veja a relação abaixo:

  • Elizamar Silva, 39 anos: cabeleireira;
  • Thiago Gabriel Belchior, 30 anos: marido de Elizamar Silva;
  • Rafael da Silva, 6 anos: filho de Elizamar e Thiago;
  • Rafaela da Silva, 6 anos: filha de Elizamar e Thiago;
  • Gabriel da Silva, 7 anos: filho de Elizamar e Thiago;
  • Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54 anos: pai de Thiago e sogro de Elizamar;
  • Cláudia Regina Marques de Oliveira, 54 anos: ex-mulher de Marcos Antônio;
  • Renata Juliene Belchior, 52 anos: mãe de Thiago e sogra de Elizamar;
  • Gabriela Belchior, 25 anos: irmã de Thiago e cunhada de Elizamar;
  • Ana Beatriz Marques de Oliveira, 19 anos: filha de Cláudia e Marcos Antônio.
Polícia apura o caso

Suspeitos presos

Na madrugada desta quinta-feira (26), a polícia prendeu em Itapoã (DF) o quinto suspeito de envolvimento na chacina. Se trata de um homem de 25 anos, conhecido como Galego. Além dele, já estavam detidos Gideon Batista de Menezes, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, Fabrício Silva Canhedo e Carlomam dos Santos Nogueira.

Um adolescente de 17 anos chegou a ser apreendido por envolvimento no caso e confessou que recebeu R$ 2 mil de outros suspeitos para “ajudar os outros comparsas a praticar o crime”. Ele também teria dito que esteve no cativeiro das vítimas.

O menor foi encaminhado para a Delegacia da Criança e do Adolescente da Asa Norte porque havia dois mandados de roubo contra ele. Os policiais descobriram, contudo, que os mandados estavam expirados desde o último dia 21 e, por isso, o jovem acabou solto.

A corporação informou que o grupo é investigado por associação criminosa, extorsão mediante sequestro agravado pelo resultado morte, ocultação de cadáver e corrupção de menores.

Motivação da chacina

Durante as investigações, um dos suspeitos presos disse à polícia que eles receberam R$ 100 mil de Thiago e Marcos Antônio para matar a cabeleireira, os três filhos, a sogra e a cunhada dela.

Sendo assim, Thiago e Marcos Antônio chegaram a ser suspeitos de serem os mandantes do crime, motivado por uma disputa por dinheiro. No entanto, os rumos das investigações mudaram depois que o sétimo corpo foi localizado esquartejado e parcialmente enterrado em uma casa, em Planaltina, que tinha sido usada como cativeiro para parte das vítimas. Foi confirmado que se tratava de Marcos Antônio.

A polícia acredita que os criminosos arquitetaram um plano contra a família por conta de R$ 400 mil da venda de uma casa, mais R$ 100 mil que a cabeleireira Elizamar guardava no banco para investir em um salão de beleza.

No entanto, o advogado João Darc’s, que defende a família da cabelereira Elizamar da Silva, disse que os bandidos queriam um terreno de posse dos parentes dela. Segundo o defensor, essas terras já teriam sido, inclusive, alvo de uma disputa judicial.

“As demais informações correm sob sigilo e o delgado deve falar tão logo conclua o inquérito. Mas, a verdadeira e principal motivação do crime eram as terras”, afirmou o advogado em entrevista ao site G1.

João Darc’s destacou que as terras em questão ficam na cidade de Planaltina, onde Marcos Antônio Lopes de Oliveira e Renata Juliene Belchior, sogros de Elizamar, moravam. Eles já teriam entrado com uma ação na Justiça para garantir a posse do local, que era disputado pelos criminosos.

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