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“O desespero tomava conta”, diz jogador que conseguiu fugir da guerra na Ucrânia

Outro grupo com jogadores dos dois maiores clubes da Ucrânia começou a chegar ao Brasil

Guilherme Smith, Juninho Reis e Cristian Dal Bello, jogadores brasileiros que atuam no Zorya Luhansk, finalmente conseguiram cruzar a fronteira da Ucrânia e chegar nesta terça, 1º, em território polonês. Foram mais de três dias tentando deixar a zona de conflito e entrar no país vizinho, enfrentando frio e falta de apoio.

Já outro grupo, com jogadores dos dois maiores clubes da Ucrânia Shakhtar Donetsk e Dínamo de Kiev, começou a chegar ao Brasil na manhã de ontem, dividido entre Rio de Janeiro e São Paulo. Os atletas e familiares atravessaram a fronteira pela Romênia e fizeram escala em outros aeroportos na Europa antes de pegar o voo definitivo para o País.

O lateral-esquerdo Juninho, com a mulher e o filho Benjamin, de 3 anos, festejou nas redes sociais. “Graças a Deus está dando tudo certo agora. Não temos como agradecer a todos que ajudaram e rezaram por nós”, declarou ao mostrar a família emocionada dentro de uma van.

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Entre sábado, 26, e domingo, 27, o grupo com cinco brasileiros tentou atravessar a fronteira a pé, após cruzar o país de trem, saindo de Zaporizhzhya com destino a Lviv. Eles enfrentaram frio intenso, de 1º C, e chegaram a acender uma fogueira. Sem sucesso retornaram a Lviv para um hotel indicado pela embaixada brasileira. Uma nevasca impediu nova tentativa horas depois. Na segunda-feira, havia a promessa de um trem que levaria os brasileiros da mesma cidade à Polônia, mas a viagem foi cancelada.

Ontem, a história foi diferente. “O dia 1.º de março ficará marcado em nossas vidas. Conseguimos atravessar a fronteira para a Polônia. Estamos todos bem. Nos esperem, família, estamos chegando”, publicou o atacante Cristian Dal Bello em seu perfil nas redes sociais.

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Diferentemente dos jogadores do Zorya Luhansk, os atletas e funcionários brasileiros do Shakhtar Donetsk e do Dínamo de Kiev partiram da capital ucraniana para a Romênia ainda no sábado. Antes, ficaram hospedados em um bunker de um hotel em Kiev. Mesmo com o apoio da embaixada, precisaram aguardar para conseguir um voo de volta ao Brasil, e o grupo foi dividido, com alguns ficando na Romênia e outros na Moldávia.

Na manhã desta terça, 1º, a maioria dos atletas e seus familiares desembarcaram no País. Júnior Moraes, que tem nacionalidade ucraniana, segue na França. Entre os atletas que chegaram no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, estão Maycon e Pedrinho, ex-Corinthians, e Dodô, ex-Coritiba.

Rio

Outros dois jogadores brasileiros que atuavam em times na Ucrânia desembarcaram na manhã de ontem no Aeroporto Internacional do Rio, o Galeão. Marlon Santos, do Shakhtar Donetsk, e Bruno Ernandes, do Hirnyk-Sport, conseguiram deixar a Europa num voo de Bucareste, na Romênia, com escala em Paris.

Esperança

“Eu tinha sempre uma esperança de que conseguiria sair, mas às vezes o medo e o desespero tomavam conta”, contou Marlon, que desembarcou com a mulher e os filhos, após três dias de viagem. O atleta também contou que viu tropas do Exército e helicópteros mas não chegou a presenciar bombardeios. “Existiu muito essa tensão, mas graças a Deus, no fim, conseguimos sair de lá”, relatou.

Bruno Ernandes foi recebido no aeroporto pela noiva, a mãe e o pai, além de outros familiares. “A ficha ainda não caiu direito, e graças a Deus estar com a minha família era tudo o que eu mais queria”, celebrou Ernandes. Ele conta que fugiu do conflito pela fronteira com a Moldávia, seguindo depois até a Romênia, onde se reuniu com outros jogadores de times ucranianos e conseguiu embarcar num voo de volta para o Brasil.

“Hoje estou aliviada, graças a Deus. Meu filho chegar era tudo o que eu estava pedindo a Deus”, desabafou Elaine Ernandes, mãe de Bruno.

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