Cop 25

Diálogo entre povos indígenas e governo sobre mudanças climáticas

O valor desses povos na conservação ambiental e sua participação efetiva para avançar rumo a um desenvolvimento sustentável.

O conhecimento ancestral que os povos indígenas possuem é fundamental para potencializar a ação climática. Trabalhar em conjunto e em colaboração, incorporando suas ideias e práticas, pode contribuir de forma positiva para enfrentar a crise climática. Gerar ocasiões para o diálogo, o reconhecimento e a promoção de seu conhecimento, através de iniciativas que compreendam diferentes atores, constitui-se como uma oportunidade para valorizar a experiência desses povos como agentes de mudanças.

Com o objetivo de unir esforços e potencializar a ação climática mundial a partir da perspectiva dos Povos Indígenas Latino-americanos, foram convidados representantes de organizações indígenas presentes na região da América Latina e do Caribe (LAC) e representantes dos Estados pertencentes ao programa Euroclima+ da UE, para participarem de um encontro para o diálogo. Como parte do plano, foi realizado o Diálogo Intercultural entre povos indígenas e governos do Abya Yala sobre mudanças climáticas, nos dias 21 e 22 de julho de 2021, com o fim de obter o “fortalecimento da colaboração entre as comunidades indígenas e os governos para uma ação climática ambiciosa e inclusiva conforme os objetivos da Plataforma de Comunidades Locais e Povos Indígenas da CMNUCC”.

Para atingir seu objetivo, esses diálogos entre representantes de organizações indígenas e governos, cujo propósito era unir esforços e canalizar as vontades para promover a ação climática mundial a partir da perspectiva dos Povos Indígenas Latino-americanos, foram organizados em quatro grupos de trabalho: alimentos, energia, água e florestas. Para preparar o terreno, antes do diálogo foram realizados dois webinars para estabelecer um processo de formação e troca de experiências, nos dias 14 e 19 de julho de 2021. Nesses encontros de formação, políticos e indígenas compartilharam seus conhecimentos e experiências sobre as mudanças climáticas, conseguindo então fortalecer a capacidade de participação efetiva dos representantes dos Povos Indígenas em espaços relevantes para a COP26.

Os eventos contaram com a participação virtual de representantes de organizações sociais, entidades estatais e sociedade civil de 19 países da região. As organizações sociais chilenas presentes nos diálogos foram: Cacicado Riachuelo Río Negro, Comunidad Indígena Admapu Ka Lafquen, Comunidad Indígena de Caspana, Comunidad Indígena Pedro Currilem Lonquimay (Região da Araucanía) e Fundación Empresas Indígenas Caucus Indígena de Chile sobre Cambio Climático.

Na América Latina e no Caribe, a população indígena é de cerca de 58,2 milhões de pessoas, cifra equivalente a 10% da população total da região, de acordo com as cifras entregues pela CEPAL no documento Os povos indígenas da América Latina (Abya Yala) e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. A região possui mais de 800 povos indígenas ao longo do território e é também um dos setores mais ricos a nível mundial em termos de biodiversidade e práticas baseadas na natureza, cujos aportes em mitigação e adaptação às mudanças climáticas são inúmeros, oferecendo uma ampla e beneficiosa gama de soluções para fortalecer a ação climática.

Tags

Últimas Notícias

Nós recomendamos