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Prefeitura de São Paulo vai contratar 70 mães para buscar alunos de volta à escola

Elas vão visitar as casas das famílias para evitar a evasão escolar.

A Prefeitura de São Paulo vai contratar 70 mães para visitar as casas de alunos que estão ausentes das aulas. O objetivo é que essas mulheres possam ir até as famílias para entender os motivos da falta nas aulas, mesmo as online, e evitar a evasão escolar. Cada uma vai receber R$ 1.150 mensais, por um contrato de seis meses.

A contratação das mães é uma das ações anunciadas pela administração municipal nesta sexta-feira (3) para evitar que os alunos deixem a escola. As atividades serão realizadas em várias frentes e contarão com parceiros como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Instituto Liberta.

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Para o prefeito Ricardo Nunes (MDB), a situação social e econômica das famílias é um dos fatores das desistências. “Um ponto que nos preocupa é que a metade dos estudantes da rede municipal está em situação de pobreza ou extrema pobreza. É um grande desafio, mas tenho certeza de que iremos melhorar muito este quadro”, destacou o prefeito.

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Segundo o anúncio, as 70 mães serão contratadas a partir do cadastro do Programa de Operação Trabalho (POT), desenvolvido pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo para famílias de baixa renda. Para facilitar o acesso e permitir mais familiaridade, elas vão atuar no entorno de suas residências. A Secretaria Municipal de Educação vai estruturar um questionário para que as mães apresentem na visita e as famílias respondam.

Os trabalhos serão guiados pelos dados abastecidos pelas secretarias municipais de Educação, Saúde e Assistência Social, trazendo maior agilidade ao atendimento das necessidades integrais de crianças e adolescentes matriculados nas escolas da rede municipal de São Paulo.

As mulheres serão divididas entre as 13 Diretorias Regionais de Educação (DRE), de acordo com a necessidade de cada microrregião. O trabalho para carga horária de 4h diárias mais 4h semanais destinadas à formação. A remunerado será de R$ 1.150 mensais, com contrato de seis meses. Também haverá a contratação de 39 estagiários, estudantes dos cursos de psicologia e políticas públicas. Serão três para cada uma das 13 DREs como apoio aos trabalhos.

Busca Ativa

Ainda com o objetivo de enfrentar a evasão escolar, o município de São Paulo aderiu, recentemente, ao programa Busca Ativa Escolar, estratégia composta por uma metodologia social e uma ferramenta tecnológica disponibilizadas gratuitamente para estados e municípios com o objetivo de apoiar os governos na identificação, registro, controle e acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão.

O Programa foi desenvolvido pelo Unicef, em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e com apoio do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

O Busca Ativa Escolar reúne representantes de diferentes áreas, fortalecendo, dessa forma, a rede de proteção. Cada secretaria e profissional de Educação, Saúde e Assistência Social terá um papel específico dentro do programa, que vai desde a identificação de uma criança ou adolescente fora da escola ou em risco de abandono, até a tomada das providências necessárias para seu atendimento nos diversos serviços públicos e da rede protetiva.

Na prática, será possível encaminhar um estudante para o atendimento psicológico, por exemplo, ou a serviços ligados à assistência social, de forma mais rápida, para garantir que ele não perca ou retome o vínculo com a escola e siga aprendendo. A plataforma também possui tecnologia e funcionalidade para alertas que possibilitem intervenções pontuais nos casos de faltas consecutivas ou outros itens que apontem para os riscos de abandono ou evasão escolar.

Exploração sexual

Outro parceiro no Programa de Combate à Evasão Escolar na Rede Municipal é o Instituto Liberta, que mantém acordo de cooperação com a SME para compartilhar conhecimentos e planejar ações de conscientização sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes, um dos motivos que provocam a evasão escolar.

A presidente do Instituto Liberta, Luciana Temer, explica que o papel da escola é fundamental no enfrentamento à violência, que é essencial para combater a evasão escolar. Dados do Ministério da Saúde revelam que 70% das violências sexuais acontecem dentro de casa. De acordo com o Anuário Brasileiro da Segurança Pública, 85% das violências são praticadas por pessoas muito próximas.

A parceria prevê formações de profissionais da Educação e a distribuição de materiais de campanhas contra a violência sexual de crianças e adolescentes para as escolas da rede municipal de ensino. Além disso, este trabalho visa fortalecer as Comissões de Mediação de Conflitos, que existem em todas as unidades educacionais desde 2016, preparar pessoas capazes de disseminar conteúdos e dados sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes, estimular a sociedade a enxergar a vítima e denunciar a exploração sexual de crianças e adolescentes.

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