A inflação oficial do país pisou no acelerador no mês de julho e alcançou alta de 0,96%, impulsionada pela elevação nos preços da energia elétrica (+3,10%) e dos combustíveis (+1,53%). É o maior valor para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) no mês desde 2002, divulgou ontem o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
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Nos últimos 12 meses, a taxa de julho só não é maior que a de dezembro do ano passado, quando bateu 1,35%. O movimento já era esperado pelo mercado por conta das recentes decisões em elevar a bandeira vermelha (52%) e as tarifas de eletricidade (11,38% em São Paulo e 8,97% em Curitiba). Depois de 2020 com preços bastante impactados pela alta do dólar e dos preços de alimentos, é a seca quem dita neste ano o ritmo da inflação. “O padrão é um arrefecimento da inflação no início do segundo semestre para voltar a aquecer em dezembro. Mas as taxas este ano vão ficar acima da sazonalidade. A questão do clima vai influenciar muito. Esperávamos, inclusive, que os alimentos já aparecessem com os impactos das geadas, mas alguns ainda não tiveram”, analisa o economista e pesquisador do FGV IBRE (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) Matheus Peçanha.
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Expectativa
As parciais divulgadas até agora pelo IBGE mostram o IPCA bem longe da meta do Banco Central para o ano, de 3,75%, com tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos. No acumulado do ano, a taxa já alcança 4,76% e em 12 meses, 8,99%. O próprio Banco Central já admite inflação a 6,8% neste ano na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) divulgada ontem. A análise do órgão é de necessidade de trajetória de alta na taxa básica de juros, a Selic, para conter o avanço dos preços. O último reajuste de um ponto percentual elevou a Selic para 5,25% ao ano.
O Copom vê risco de que os prolongamentos de auxílios financeiros governamentais, e consequente aumento da dívida pública, interfiram para inflação ainda mais alta.