A pandemia não acabou. Variante já corresponde a um em cada quatro novos casos de covid-19 na Grande São Paulo e pode estar por trás da estagnação da curva de contaminação, que interrompeu sua sequência de queda no estado
Depois de cinco semanas consecutivas de queda, a média diária de novos casos de covid-19 parou de cair no estado e cresceu na comparação entre as duas últimas semanas epidemiológicas.
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O aumento foi bem ligeiro, de apenas 0,9%, mas já está causando preocupação nas autoridades de saúde porque pode estar ligado ao avanço da variante delta do novo coronavírus.
Identificada pela primeira vez na Índia, e por isso também chamada de cepa indiana, a delta tem maior poder de transmissão e já provocou surtos de covid-19 em países como Inglaterra e Israel.
A mutação é considerada a responsável pelo aumento do número de casos que ocorre atualmente nos EUA e também pelo repique do novo coronavírus em Wuhan, na China, primeiro epicentro da doença e que voltou a adotar medidas mais restritivas.
Alerta ligado
O último boletim do Instituto Adolfo Lutz, ligado ao governo do estado, mostrou que a delta está avançando e já é responsável por 23,5% dos novos casos de covid-19 na Grande São Paulo – quase um em cada quatro.
A variante gama, originária de Manaus (AM), que já representou quase 100% dos novos casos por aqui, ainda é dominante, mas corresponde hoje a 74,2% das infecções.
A capital registrou o primeiro caso da delta no último dia 5 de julho e viu o número de confirmações saltar para 50 em menos de um mês. O sequenciamento para identificar a variante ainda é feito em uma parte pequena de todas as amostras que dão positivo, mas a escalada já se tornou mais um sinal de alerta.
A variante está circulando de forma comunitária na cidade e a tendência é que se torne o vírus prevalente nas próximas semanas”, segundo o secretário da Saúde da prefeitura, Edson Aparecido.
“A variante delta tem transmissibilidade muito alta. Vínhamos em queda na notificação de novos casos, mas, infelizmente, nas duas últimas semanas, a queda se estagnou. Estamos monitorando para entender se haverá agora um crescimento. É um momento de cuidado”, afirmou o secretário.
A prefeitura da capital já vacinou 85% dos adultos com ao menos uma dose das vacinas contra a covid-19.
Embora a imunização possa frear as novas variantes, essa proteção não será completa se as campanhas não avançarem de forma equilibrada no Brasil e no planeta, segundo a diretora-geral assistente da OMS (Organização Mundial da Saúde), Mariângela Simão. “Enquanto não tivermos o básico da população vacinada em todos os países, o mundo não estará seguro, pois sempre haverá espaço para o vírus criar mutações.”