Quase um mês antes do previsto, a Terra chegou ontem ao seu “Dia de Sobrecarga”. Ou seja, a humanidade consumiu todos os recursos que o planeta é capaz de renovar em um ano e tudo que for consumido em 2021, a partir de agora, estará acima do que a Terra consegue entregar sem danos.
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O chamado “Earth Overshoot Day”, em inglês, só aconteceria no mês de agosto se o ritmo tivesse sido o mesmo do ano passado. Em 2020, em virtude da pandemia de covid-19, que parou mercados mundiais, a data foi registrada só em 22 de agosto.
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A comparação com 1970, há mais de cinco décadas, diz muito sobre a evolução da humanidade. Naquele ano, o “Dia da Sobrecarga” ocorreu em 29 de dezembro, há apenas dois dias para o fim do ano. Em 2000, 30 anos depois, foi em outubro. Desde então,, o consumo dos recursos naturais tem acelerado ano após ano.
A data ainda é mais simbólica em 2021 porque ocorreu a exatos 100 dias da COP26, o evento internacional organizado pela ONU (Organização das Nações Unidas) que debaterá as mudanças climáticas e as metas sobre o tema. A reunião mundial está prevista para acontecer em Glasgow, na Escócia, entre 31 de outubro e 12 de novembro.
Segundo o Banco Mundial, hoje os humanos usam recursos equivalentes a 1,7 planeta Terra e, se a aceleração continuar nesse ritmo, precisaremos de três planetas em 2050. O “Dia de Sobrecarga” virou símbolo de alerta desde 2006, quando começou a ser divulgado pela ONG Global Footprint Network. Segundo a entidade, se todos os países tivessem os mesmos hábitos dos americanos, seria necessário cinco Terras para dar conta do consumo humano.
A antecipação deste marco a cada ano reflete fatores como a pegada de carbono (a quantidade de carbono emitida por combustíveis fósseis) e a diminuição da biocapacidade florestal (a habilidade da natureza se regenerar). Em 2021, o desmatamento na Amazônia, que vem batendo recordes, foi o fator que mais contribuiu.