A greve dos ferroviários foi encerrada na tarde desta quinta-feira (15), em São Paulo. A decisão ocorreu após uma reunião entre os sindicatos que representam a categoria. A previsão é que a circulação dos trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) volte ao normal gradualmente.
A greve teve início à 0h de hoje e afetou pelo menos quatro linhas, sendo a 7-Rubi, 8-Diamante, 9-Esmeralda e 10-Turquesa. As demais tiveram funcionamento normal ao longo do dia, mas com maior intervalo entre os trens.
Passageiros enfrentaram tumulto e muitos não conseguiram trabalhar em função da falta do transporte.
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Por volta das 18h, a situação das linhas era a seguinte, segundo a CPTM:
- Linha 7-Rubi: operação parcial
- Linha 8-Diamante: operação parcial
- Linha 9-Esmeralda: paralisada
- Linha 10-Turquesa: operação parcial
- Linha 11-Coral: operação normal
- Linha 12-Safira: operação normal
- Linha 13-Jade: operação normal
Participaram da reunião de conciliação nesta tarde o Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, Sindicato dos Ferroviários da Zona Sorocabana e o Sindicato dos Engenheiros de São Paulo. Segundo as entidades, foi recebida uma proposta pelas mãos do secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy.
Pelo acordo, serão pagos 50% do plano de participação dos resultados em 10 de agosto, e o restante, com multa, em janeiro de 2022. O governo também se comprometeu a orientar os órgãos jurídicos a não recorrerem ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) após os dissídios que serão julgados pela Justiça do Trabalho de São Paulo.
Confusão e tumulto
Uma das confusões nas estações durante a manhã foi registrada em Francisco Morato, na Linha 7-Rubi. Imagens divulgadas em redes sociais mostraram passageiros revoltados com a falta de trens por volta das 6h30. Nas imagens é possível ver pessoas jogando pedras contra a estação. Uma mulher acabou ferida no olho e foi socorrida.
Muita confusão também na região da estação Grajaú, na linha 9-Esmeralda. Vídeos mostraram muitas pessoas aglomeradas na rua, sem conseguir embarcar na estação de trem e sem a circulação de ônibus. No local, a Polícia Militar também foi acionada para conter os ânimos.
Reivindicações
O Sindicato alega que tenta negociar desde março com a CPTM, que propôs um reajuste salarial de 0% para este ano de 2021 e se mostrou “intransigente” durante reunião na tarde de quarta-feira (14), no Tribunal Regional do Trabalho. Eluiz Alves de Matos, presidente do sindicato, afirma ainda que a empresa não cumpriu um acordo prévio de pagamento da multa do Programa de Participação de Resultados. As parcelas estavam previstas para março e junho deste ano.
A decisão pela greve foi tomada durante assembleia no último dia 6 e uma nova reunião da categoria está marcada para a tarde desta quinta-feira. Além do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, também aderiram à paralisação o Sindicato dos Ferroviários da Zona Sorocabana e o Sindicatos dos Engenheiros de São Paulo.
Em nota publicada em suas redes sociais, a CPTM disse lamentar a greve e afirma que tem uma decisão da Justiça do Trabalho que obriga a manutenção de 80% dos profissionais da categoria durante os horários de pico e 60% nas demais horas, sob pena de R$ 100 mil por hora. “A empresa também irá operar com um plano de contingência para atender a todos que precisam do transporte, principalmente aos que trabalham em serviços essenciais”, diz o texto.
Pelo Twitter, a CPTM informou a usuários que o Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (Paese) não seria acionado. O sistema oferece alternativas de transporte a passageiros quando há interrupção no funcionamento de linhas de ônibus, metrô ou trem. “Não há previsão de Paese em casos de greve”, escreveu a companhia na rede social.