A comunidade LGBTQIA+ passou a contar há exatamente uma semana com uma operadora de telefonia móvel focada em suas características. Lançada no último sábado (dia 10), a Todes Telecom reforça o conceito inclusivo com um modelo de serviço que pretende respeitar a maneira como cada indivíduo quer ser identificado na sociedade.
O nome da empresa sinaliza, logo de cara, que a operadora é para todos os gêneros, sem definir masculino e feminino. Esse pode ser considerado, sem dúvida, o pilar pelo qual a empresa quer ser reconhecida.
A ideia do negócio surgiu após a observação da relevância desse mercado consumidor atrelado as suas necessidades até então não totalmente supridas. «Aliamos a causa LGBTQIA+ a um setor que gera muitas reclamações, que é o da telefonia. Entendemos que a conectividade é um problema crônico e ainda maior para essa população, que tem suas especificidades», aponta Eliezer Silveira Filho, consultor especialista de marketing da Todes.
Recomendados
Lotofácil 3083: resultado do sorteio desta sexta-feira (19)
Sem empréstimo, sem enterro! Tio Paulo ainda não foi enterrado porque família alega não ter dinheiro
“Tio Paulo” era um homem simples, sem mulher ou filhos, dizem vizinhos. “Gosta de um biricutico”
Filho dá o exemplo das pessoas trans. «Como, em contato com esses clientes, a operadora deve tratá-los? Pelo nome que consta no documento ou pelo nome social? Aqui, o chamamos pelo nome que ele quer ser chamado, caso contrário acreditamos que estaríamos promovendo uma microagressão.»
Quem não faz parte dessa parcela da população, mas simpatiza com a luta pelos seus direitos, é bem-vindo na Todes. «Queremos cativar as pessoas, fazer com que elas incentivem as causas em que acreditam por meio de um serviço básico que a telefonia. Estamos trazendo aliados», afirma o consultor.
O quadro de funcionários também é diverso. A operadora iniciou suas atividades com cerca de 65% de seus profissionais pertencentes à comunidade LGBTQIA+, que atuam tanto em funções operacionais e de gestão.
Nesse contexto, todo o ecossistema tem sido incentivado a desenvolver um olhar mais humano e inclusivo. Todas as camadas recebem treinamento e aprendem a linguagem inclusiva de gênero, sintetizada em um manual.
Ajuda a organizações
Além dos serviços de telefonia, a operadora possui projetos de apoio social por meio de parcerias com ONGs ligadas aos movimentos LGBTQIA+. A empresa se compromete a destinar 5% do seu faturamento mensal para as entidades parceiras.
Os próprios clientes também podem ajudar individualmente, uma vez que contam com a opção de utilizar seus cashbacks para realizar doações para essas organizações.
Planos para o futuro
Mal nasceu e a empresa já pensa em ampliar seu alcance no mercado. Além do serviço de telefonia, a ideia é passar em breve a disponibilizar serviços que agreguem olhar específico a essa população em frentes como jurídicas, de saúde metal e física.
Por enquanto, o foco é permitir que todas as pessoas – e por que não dizer «todes» – consigam se comunicar, transmitir conceitos e promover ativismo a um custo acessível. Há planos a partir de R$ 49,90, sem fidelidade.
Tendo em mente que o mercado LGBTQIA+ representa no Brasil cerca de 20 milhões de pessoas, a pretensão da Todes é angariar cerca de 1 milhão como clientes.
«Queremos crescer como empresa, claro, mas nossa preocupação primordial é a qualidade oferecida a cada indivíduo. Somos uma marca para pessoas e nosso objetivo é ser ponte para o diálogo», diz Filho.