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Com quase 2 mil mortes em 24h, Brasil corre atrás de mais vacinas

Pazuello se reuniu ontem com representantes da Pfizer e da Janssen | Divulgação

O Brasil registrou ontem 1.910 mortes em decorrência da covid-19, de acordo com a contagem do Ministério da Saúde. É disparado o dia mais mortal da pandemia do novo coronavírus no país. Na terça-feira, a pasta havia confirmado 1.641 mortes.

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Com recorde atrás de recorde de óbitos diários e sistemas de saúde entrando em colapso em estados de Norte a Sul do país, o Ministério da Saúde anunciou ontem que fechou acordo para comprar a vacina da Pfizer. O contrato prevê 100 milhões de doses, com entrega de 8,7 milhões até junho, 32 milhões até setembro e 59,3 milhões até dezembro. O governo federal também avançou nas negociações para adquirir o imunizante da Janssen.

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A compra das novas vacinas foi possível depois que a Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira um projeto de lei que, entre outras ações, destravou o impasse em uma cláusula dos contratos. De acordo com a proposta, a União, os estados e os municípios estão autorizados a comprar vacinas e assumir riscos relacionados a eventuais efeitos adversos.

E mesmo no pior momento da pandemia no Brasil, em que faltam leitos de UTI para covid nos hospitais, o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou ontem que a imprensa “criou pânico” na população.

O chefe do Executivo também voltou a criticar as medidas restritivas de circulação dos estados, como toque de recolher e lockdown parcial. São Paulo (veja na página 2), Bahia, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal já anunciaram as ações, recomendadas por especialistas, que buscam frear o contágio do novo coronavírus para aliviar as unidades de saúde, que estão sobrecarregadas.

Em conversa com apoiadores, Bolsonaro disse: “Para a mídia, o vírus sou eu. Criaram o pânico. O problema está aí. Lamentamos, mas você não pode viver em pânico. Que nem a política, de novo, do fique em casa. O pessoal vai morrer de fome, de depressão?”, questionou.

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Essa é uma das poucas manifestações públicas do presidente sobre o atual cenário da pandemia, que acende o alerta para um colapso no sistema de saúde de diversos estados. Com o registro de 1.910 óbitos ontem, o Brasil atingiu 259.271 mortos por covid-19.

Um pronunciamento em cadeia nacional de TV e rádio estava programado para terça-feira, mas foi adiado pelo governo federal. Ontem, Bolsonaro garantiu que falará aos brasileiros, mas não informou a data. “O assunto (do pronunciamento), quando tiver, vai ser a pandemia, vacina.”

Cada vez pior

De acordo com levantamento da Fiocruz, a situação da rede de saúde pública é “crítica” em 18 unidades federativas. Isso significa que estes estados estão com mais de 80% de ocupação nos leitos de UTI disponíveis para tratamento de pacientes infectados com covid-19.

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