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Secretários de Saúde pedem toque de recolher nacional

O Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) divulgou ontem carta à nação brasileira – e indiretamente ao governo federal. O colegiado, que reúne os secretários estaduais de Saúde do Brasil, pede que medidas sejam tomadas em nível nacional para conter “o pior momento da crise sanitária provocada pela covid-19” no país.

Entre as providências elencadas para evitar o colapso no sistema de saúde em outros estados, assim como aconteceu em Manaus (AM) em janeiro, estão um toque de recolher em todo o país das 20h às 6h e nos finais de semana, fechamento de praias e bares, além da suspensão de atividades presenciais em todos os níveis da educação.

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“A ausência de uma condução nacional unificada e coerente dificultou a adoção e implementação de medidas qualificadas para reduzir as interações sociais que se intensificaram no período eleitoral, nos encontros e festividades de final de ano, do veraneio e do Carnaval”, diz trecho da carta assinada por Carlos Lula, presidente do conselho e secretário estadual de Saúde do Maranhão.

O posicionamento do conselho também defende lockdown em locais que estejam com mais de 85% de ocupação dos leitos e tendência de elevação em casos e mortes por covid-19.

O manifesto do Conass se baseia, principalmente, nos dados dos sistemas de saúde pelo Brasil. Até ontem, 11 capitais e o Distrito Federal registravam mais de 90% de ocupação dos leitos de UTI para o tratamento de pacientes infectados com o novo coronavírus. Três delas – Natal (RN), Porto Alegre (RS) e Porto Velho (RO) – estão com 100% de ocupação. Ou seja, não há mais vagas disponíveis para contaminados com covid-19.

Outro índice preocupante é que fevereiro foi o segundo pior mês da pandemia no Brasil, com 30.484 mortes em decorrência da doença, ficando atrás somente de julho de 2020, com 32.912, no auge da primeiro onda. A segunda, que vivemos agora, deverá ser ainda mais fatal se nada for feito, de acordo com especialistas.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o presidente do hospital Albert Einstein, em São Paulo, Sidney Klajner, afirmou que a atual situação do Brasil é uma “catástrofe”. “Nós estamos falando da situação de hoje relacionada à contaminação de duas semanas atrás. Eu tenho muito medo do que vai acontecer nas próximas duas semanas.”

Na visão de Klajner, se o ritmo de contágio e internação continuar neste nível, pode faltar leitos para pessoas com outras doenças. “O que a gente espera é um aumento a tal ponto que de novo o sistema de saúde tenha que fechar as portas para as doenças que não são covid. O receio é o sistema de saúde colapsar e você ter apendicite em casa, ou enfarte em casa, e não ter acesso à saúde.”

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