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SP vacina ‘jovens idosos’ para não desperdiçar doses

Covid-19. Pessoas com mais de 60 anos e que ainda não fazem parte do público-alvo da campanha podem ser imunizadas nas UBSs com a chamada sobra, para evitar perdas

As UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da capital estão distribuindo sobras de vacinas contra a covid-19 e imunizando assim outros grupos, preferencialmente de idosos, que ainda não fazem parte do público-alvo da campanha

A sobra de vacina é comum em ações de imunização para qualquer doença porque os frascos têm um prazo de validade após serem abertos e, mesmo na refrigeração, podem perder a eficácia se não forem utilizados. Entre as vacinas contra a covid-19 disponíveis, esse período varia entre seis e oito horas (veja abaixo).

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Para evitar o desperdício, a recomendação é aplicar a dose em quem estiver disponível, de preferência os idosos, que são grupo de risco, mas que ainda não estão sendo todos vacinados, pois a campanha, até aqui, só convocou os que têm mais de 85 anos.

A aposentada Jandira de Almeida, 70 anos, se vacinou na última segunda-feira, meio de surpresa, já que foi até uma UBS buscar remédios e lá foi avisada que poderia haver uma dessas sobras. “Cheguei para pegar medicação e escutei que haveria a hora da ‘xepa’ da vacina, se sobrasse. Eu esperei um pouco e consegui.”

Secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido disse que não há grandes registros de sobras, mas, se houver, a recomendação é para que a dose seja aplicada em qualquer pessoa com mais de 18 anos, respeitando a preferência pelos idosos ou pessoas de outros grupos de risco.

Modus operandi

A BandNews FM entrou em contato com UBSs para entender o funcionamento da “xepa”. Não há um padrão. E nem garantia.

Em uma unidade, uma funcionária explicou que não há sobras todos os dias e que nem é possível antecipar se haverá ou não, mas que idosos com menos de 85 anos e que moram nas proximidades são chamados para se vacinar quando isso acontece.

Em outra UBS, uma funcionária contou que a aplicação dessas doses ocorre no fim da tarde. “Pode ser que sobre, ou não. Se sobrar, damos senha para quem estiver ali, priorizando quem é mais idoso.”

Epidemiologista e ex-coordenadora do Plano Nacional de Imunização, Carla Domingues disse que a perda operacional entre 5% e 20% das doses é normal e que as sobras dos imunizantes contra a covid-19  devem ser aproveitadas, mas que o poder público precisa garantir a segunda dose. A prefeitura afirmou que fará essa aplicação.

Um ‘chorinho’ de vacina: 

Cada frasco das vacinas da CoronaVac e da AstraZeneca contém o mínimo de 10 doses

Como não possuem conservantes, as vacinas precisam ser utilizadas integralmente depois de abertas

Mesmo sob refrigeração, a CoronaVac deve ser utilizada em até seis horas depois de aberta e a AstraZeneca, em até oito horas

Após esse prazo, as vacinas podem perder a sua eficácia

Por isso, é melhor aproveitar essa ‘sobra’ e imunizar outras pessoas do que descartar o restante no lixo

No Rio, ‘xepa’ deu até briga

A “xepa da vacina” teve alta procura na cidade do Rio de Janeiro (RJ), sobretudo nos primeiros dias de vacinação e gerou filas e aglomerações nos postos. Em uma unidade de saúde no bairro de Copacabana, houve até mesmo uma briga quando as cerca de 20 pessoas que esperavam pela sobra souberam que o residual nos frascos dava apenas para seis doses. Hoje, nem isso há no Rio, que suspendeu a imunização nesta semana por falta de vacinas e espera novas remessas para retomar a campanha.  Metro

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