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Mesa Diretora causa 1º embate na Câmara

O mandato do novo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não começou nada pacífico, como ele mesmo prometeu em seu discurso de posse. A primeira disputa entre o novo mandatário da Casa e a oposição já foi intensa logo no primeiro dia após a troca em uma das principais cadeiras do Brasil. No centro do embate, a Mesa Diretora – que possui sete cargos, além de quatro suplentes (veja mais ao lado).

Cerca de 10 minutos após ganhar a votação, Lira adiou a eleição que distribuiria os cargos do comando da Casa ainda na madrugada de ontem. Seu primeiro ato como presidente foi indeferir a participação do PT no bloco do candidato derrotado, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), alegando que a sigla registrou o apoio após o prazo estipulado. O PDT entrou com ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para anular o ato de Arthur Lira.

A sessão de votação para enfim eleger os deputados que vão formar a Mesa Diretora estava prevista para ocorrer ontem, mas foi adiada pela segunda vez para hoje, às 10h.

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Com a decisão de retirar o PT do bloco de Baleia Rossi, o presidente da Casa diminuiria a participação da oposição em uma ferramenta fundamental do funcionamento da Câmara, já que os cargos são distribuídos entre as siglas conforme o tamanho do bloco formado nas eleições para a presidência.

Como afago para os derrotados, Arthur Lira – que também é líder do centrão – e seus aliados costuraram ontem um acordo entre as siglas. Em reunião das lideranças dos partidos dos blocos, foi acertada uma divisão que deve acalmar os ânimos de ambos os lados. PL, PSD, PSL, PT, PSB e Republicanos devem conquistar cargos na Mesa Diretora. PSDB, DEM, PSC e PDT são cotados para angariar as vagas de suplência.  A sessão para confirmar a distribuição ocorrerá hoje.

Senado

Por outro lado, a distribuição no Senado foi bem mais tranquila que na Câmara dos Deputados. Os parlamentares elegeram a composição da Mesa Diretora em sessão realizada ontem. Os cargos ficaram com os partidos PSD, Podemos, PP, PT, PDT, PL, MDB e Cidadania.

Começa a cobrança do centrão

A conta do centrão para fechar acordo com o governo Bolsonaro em torno de um só nome nas eleições para presidência da Câmara dos Deputados e do Senado Federal prometia ser cara. E ela já começou a chegar.

Além de liberar em dezembro cerca de R$ 3 bilhões em recursos “extras” do Ministério do Desenvolvimento Regional para 250 deputados e 35 senadores destinarem a obras em seus redutos eleitorais, agora o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) precisa disponibilizar ministérios aos partidos que compõem o centrão. A primeira pasta na mira é a da Cidadania, que atualmente tem como ministro Onyx Lorenzoni. Ele deve ser remanejado para a Secretaria-Geral da Presidência da República, que fica no Palácio do Planalto. O mais cotado para assumir seu lugar é o deputado federal Márcio Marinho (Republicanos-BA).

Bolsonaro comemorou ontem pela manhã, em conversa com apoiadores, o resultado das eleições no Congresso. “Os parlamentares escolheram bons candidatos”, afirmou.  

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