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Europa tem janeiro difícil e se preocupa com vacinas

Nova variante. Especialistas acreditam que cepa de coronavírus encontrada no Reino Unido é responsável pela alta de casos na região. Em Portugal, quase 45% das mortes relacionadas à doença foram reportadas no mês passado

Cerca de um mês depois do início da vacinação contra a covid-19, países europeus continuam sofrendo graves consequências do vírus que já matou ao menos 2,2 milhões de pessoas no mundo. Enquanto o mês de janeiro foi um dos piores já reportados para a pandemia de coronavírus, vacinas não chegam no ritmo esperado e comprometem agilidade da imunização em massa no continente.

Na Alemanha, o ministro da Saúde, Jens Spahn, fez um alerta ontem para um período difícil de dez semanas no país. “Serão mais dez semanas de escassez [de vacinas], semanas difíceis para nós. Vai melhorar passo a passo, mas ainda vai ser apertada [a oferta] por um bom tempo e claro, vamos ver com os fabricantes: primeiro, por que é tão difícil [a entrega], e em segundo lugar, onde podemos dar suporte”, disse o ministro à TV alemã Bild.

Em Portugal, apenas o mês de janeiro foi responsável por quase metade das mortes em virtude da covid-19 durante todo o período da pandemia. No primeiro mês de 2021, um total de 5,5 mil pessoas morreram de coronavírus no país, o que representa 44,7% de todas as 12 mil mortes reportadas desde que a covid-19 começou a se espalhar, em março de 2020.

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Especialistas e autoridades europeias atribuem a alta de casos a nova variante do coronavírus encontrada originalmente na região sul do Reino Unido.

Com uma velocidade de transmissão até 70% maior, estima-se que a variante britânica, chamada de B.1.1.7, pode ser responsável  por 35% a 40% dos casos totais de covid-19 em Portugal. Na Holanda, o ministro da Saúde, Hugo de Jonge, afirma que a variante responde por ao menos metade dos casos reportados no país.

Com a circulação da B.1.1.7, países intensificam restrições para frear contágio e sugerem que as máscaras sejam duplicadas para reforçar a proteção.

Atraso nas doses

Em meio às polêmicas com empresas farmacêuticas por atrasos nas entregas de vacinas anti-covid, a Comissão Europeia anunciou que as multinacionais AstraZeneca e Pfizer, fabricantes dos imunizantes de Oxford e da Biontech, devem aumentar o número de doses entregues no primeiro semestre.

A Pfizer atrasou a distribuição de sua vacina nas últimas duas semanas por causa de uma readequação em sua fábrica na Bélgica, enquanto a AstraZeneca havia dito que os primeiros lotes do seu imunizante, recém-aprovado pela União Europeia, seriam menores do que o previsto.

Em busca de complementar a vacinação e desafogar as demandas das doses já autorizadas na Europa, a Alemanha sinalizou ontem que pode, assim que autorizadas, optar por comprar doses desenvolvidas pela Rússia e China.

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