Os bancos deram início ontem à implantação de um novo sistema que promete ser aliado dos consumidores para conseguir taxas e condições melhores, além de serviços personalizados.
Mas, para isso, os clientes terão de permitir o compartilhamento de algumas de suas informações bancárias. O Open Banking, como é chamado o sistema, é gerido pelo Banco Central. Apesar de as instituições se prepararem desde 2018, o início oficial da implantação do sistema começou ontem. Serão quatro fases até o funcionamento pleno, marcado para o fim deste ano.
O desafio neste momento é padronizar as informações dos bancos, para que no futuro existam aplicativos que possam, por exemplo, comparar os serviços e valores para que o consumidor faça a melhor opção.
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Nesta primeira fase, os bancos deverão informar dados e as características sobre os produtos e serviços oferecidos, como, por exemplo, tipos de contas, empréstimos e financiamentos que cada um dos participantes oferece, além de seus canais de atendimento. O acesso a estas informações será público.
O compartilhamento de informações começa apenas na segunda fase, com início previsto em 15 de julho. Os clientes deverão permitir ou não o acesso.
“O Open Banking parte do pressuposto que o consumidor é titular de seus dados cadastrais e financeiros, e que pode transferir essas informações que lhe pertencem para outra instituição, a qualquer momento, em busca de melhores produtos ou serviços a preços mais baixos”, disse ontem no evento de abertura do sistema o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O BC afirma que o sigilo das informações compartilhadas é garantida assim como já acontece hoje com as transações bancárias. Para a divulgação não autorizada, caberá sanções conforme a legislação em vigor.
O sistema se une ao Pix, ferramenta de pagamentos instantâneos digitais, entre as ações para modernizar o sistema financeiro do país.
Entenda melhor
Tire algumas de suas dúvidas sobre o sistema open banking
O que é Open Banking?
É um modelo de serviço que permite que os clientes solicitem o compartilhamento de seus dados pessoais e bancários com terceiros. O Banco Central, órgão público que vai regular o sistema digital, diz que ele é seguro. O compartilhamento só será realizado com a autorização dos clientes dos bancos, que podem mais tarde solicitar o fim do compartilhamento
Qual a vantagem ao consumidor?
As informações podem ser usadas para oferecer melhores ofertas de produtos e serviços personalizados, com melhores custos
Quem irá participar ?
É obrigatória a participação dos grandes e médios bancos do país. Para as demais instituições, a participação é facultativa
Como será implementado? São quatro fases:
Na primeira fase, que começou ontem, os bancos deverão divulgar informações de seus produtos e serviços e as características (exemplos: número de agências, endereços, telefones, produtos e serviços, assim como taxas e tarifas cobradas). Os dados ficarão disponíveis publicamente para consultas e empresas terceiras poderão desenvolver aplicativos que façam comparações
Na segunda etapa, em 15 de julho, poderão ser compartilhados dados de clientes entre os participantes (informações de cadastro, contas e operações de crédito). O compartilhamento só poderá ocorrer com a autorização do cliente. A troca de informações permitirá que o consumidor receba propostas de outras instituições, simulações de empréstimos e financiamentos entre diferentes participantes
A terceira fase, marcada para 30 de agosto, se refere aos serviços de iniciação de transação de pagamentos – quando deverão surgir serviços que possibilitem ao cliente fazer transferência ou pagamento fora do aplicativo bancário ou do internet banking
A última etapa, marcada para 15 dezembro e ainda em debate entre os participantes, se refere ao compartilhamento dos demais dados de produtos e serviços e de transações feitas pelos consumidores, como de operações de câmbio, investimentos, seguros e contas-salário