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‘É possível estender o prazo entre as doses’, diz diretora-geral assistente da OMS

Reprodução

Em entrevista à rádio BandNews FM, a diretora-geral assistente da OMS (Organização Mundial da Saúde), Mariângela Simão, falou sobre os avanços da Covax Facility, recomendações sobre a vacinação e manutenção dos cuidados para evitar a doença.

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As vacinas que serão disponibilizadas pelo Covax Facility são de diferentes laboratórios. O Brasil tem como saber qual viria para cá?
Se terminar o processo de avaliação da OMS (Organização Mundial da Saúde) com relação a autorização emergencial é possível que o Brasil receba a AstraZeneca da Coreia do Sul. Existem vacinas como a da Pfizer, que já está autorizada pela OMS, mas os volumes colocados nesse mecanismo global são pequenos, além de ser muito difícil de ser utilizada.

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É possível fazer uma projeção de quando é que teremos todo o grupo de idosos vacinados no Brasil?
Não, pois não só o Brasil como outros países estão tendo dificuldades de firmar nos acordos bilaterais quando cada uma das vacinas ou matérias-primas para as vacinas vão chegar no mercado. É importante lembrar do esforço para que todos os profissionais de saúde sejam vacinados primeiro.

A Alemanha fez um alerta sobre a vacinação de pessoas com mais de 65 anos de idade com a vacina Oxford/AstraZeneca. Como a OMS avalia essa posição?
A OMS ainda não recebeu uma análise mais aprofundada dos dados. Uma vez que tenhamos a análise dos dados, um comitê assessor de imunização fará a recomendação em relação à faixa etária. Portanto, é preciso aguardar e não se assustar com essa declaração da Alemanha porque a AstraZeneca fez vários estudos com populações diferentes em diversas partes do mundo. Não há motivos para preocupação com a vacina Oxford/AstraZeneca.

Outro tema muito abordado é a estratégia de vacinação de se estender o intervalo entre a primeira e a segunda dose. Qual é a sua avaliação com relação a esse tipo de estratégia?
Experiências feitas em outros países, como Reino Unido e Estados Unidos, com a vacina da Pfizer, mostraram que é possível estender esse intervalo entre a primeira e a segunda dose em até cinco semanas.

O que temos até aqui de remédios para tratar a doença? Há alguma coisa que de fato está sendo chancelada pela OMS?
Uma recomendação clara é a dexametasona. Há vários estudos que comprovam que ela reduz a mortalidade em casos graves da doença. A OMS acompanha cerca de 1,7 mil estudos clínicos com diferentes drogas e até agora nenhum medicamento provou ser efetivo para o tratamento precoce. Portanto, as pessoas que apostam no tratamento precoce podem ter uma falsa sensação de segurança que não tem o respaldo da ciência até o momento.

Por enquanto, o uso de máscaras ainda é essencial. Qual é a posição da OMS em relação a isso?
A recomendação atual é continuar usando máscaras. Há pessoas que dizem que, com a nova variante do coronavírus, a máscara não funciona. Se existe uma nova variante com alto nível de transmissão, deve-se intensificar o uso de máscaras, a higienização das mãos e todas as medidas de prevenção. Não dá para confiar que com a chegada da vacina as coisas vão mudar rapidamente, pois ainda não temos vacinas o suficiente para uma cobertura vacinal adequada. Portanto usem máscaras, lavem as mãos e evitem aglomerações.

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